sexta-feira, 1 de outubro de 2010

STF sob investigação



O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, encaminhou ofício ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitando a apuração da suposta negociação entre o ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) e o advogado Adriano Borges Silva, que é genro do ministro da Corte Carlos Ayres Britto. A solicitação de "imediatas providências para rigorosa apuração dos fatos" foi encaminhada à PGR atendendo a um requerimento do ministro Ayres Britto, segundo breve nota divulgada nesta sexta-feira (1) pelo STF.
Se a negociação entre o ex-candidato e Borges tivesse prosperado, o ministro ficaria impedido de participar do julgamento do recurso de Roriz contra decisão da Justiça Eleitoral que negou sua candidatura, com base na Lei da Ficha Limpa. Ayres Brito foi um dos que votou a favor da aplicação da lei. O placar do julgamento ficou empatado por 5 a 5, levando Roriz a abandonar a disputa pelo governo distrital. O STF decidiu, então, arquivar o recurso.

O advogado Eri Varela, da coligação do ex-candidato, deve entrar nesta tarde com uma notícia criminal no Supremo sob a acusação de Borges teria tentado vender o impedimento de Ayres Brito tendo a autorização do ministro.

Por meio de sua assessoria, o genro do ministro negou a acusação. Disse ter sido procurado por Roriz - e não o contrário. Acrescentou que estava disposto a defender o então candidato no processo, não apenas "vender" sua assinatura no recurso e, com isso, impedir o ministro de votar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eleições2010:Tiros em caminhada de Izaias Régis



O candidato a reeleição pelo PTB a uma vaga na ALEPE, o dep. estadual Izaias Régis tá amedrontando o eleitorado do subúrbio de Garanhuns. Segundo informações de blogs da cidade, o deputado em uma de suas caminhadas pelo bairro da cohab 2 em Garanhuns ao discursar para seus seguidores e populares, atacou a honra de um de seus ex-aliados o lider comunitário "Roberval". Roberval, segundo o blog do jornalista Roberto Almeida, teve cerca de 1500 votos nas ultimas eleições para vereador da cidade,era eleitor de Izaías Régis, mas na atual campanha está apoiando Leonardo Dias. Num discurso feito na Cohab II, dias atrás, o deputado acusou o suplente de vereador de ter se vendido depois de ter sido ajudado por ele. Este aproveitou a oportunidade e foi tomar satisfações a partir daí começou a briga. Até a esposa do ex-aliado foi agredida. Um fato curioso é que a ROCAM equipe motorizada do 9º BPM de Garanhuns paralisa suas atividades na cidade toda vez que o nobre deputado faz suas andanças nos bairros de Garanhuns. Um uso explicito da máquina estadual em sua campanha politica. Um tapa na cara do cidadão pernambucano, que paga seus impostos para ter segurança e de repente os agentes que deveriam prestar este serviço estão envolvidos com o politico de garanhuns. Um vexame também para quem é Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do estado de onde deveria partir bons exemplos. É por essa e outras que a política fica cada dia que passa um prato dificil de engolir. Esperamos que o Governador do Estado, se pronuncie sobre o uso da ROCAM para serviços de segurança do Deputado em Garanhuns.

sábado, 18 de setembro de 2010

Lula: “Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos”


por Luiz Carlos Azenha

Vi um pequeno trecho do discurso de Lula em Campinas, pela rede. Anotei: “Dono de jornal tem lado. Dono de TV tem lado. Dono da revista tem lado”, disse o presidente da República ao pool de repórteres que cobria o evento, pedindo a eles que também se decidissem.

Segue uma descrição feita pelo Estadão, mas me pareceu incompleta. Deixem nos comentários vídeos ou o texto completo do discurso, já que me parece que é a primeira vez que Lula explicita abertamente que os jornalões participam da campanha eleitoral, embora neguem:

‘Nós somos a opinião pública’, afirma Lula
Presidente critica imprensa e diz que não precisa de formadores de opinião

18 de setembro de 2010 | 15h 16

Rodrigo Alvares, do estadão.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado, em Campinas (SP).

“Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública”, afirmou.

Também falou que os jornalistas precisam ter um “lado” porque também votam.Lula também atacou abertamente o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.

Caminhando de um lado para o outro no palco, o presidente chegou a ironizar que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e José Eduardo Dutra haviam pedido para ele “se conter”. “Tem algumas coisas que precisam ser ditas. Vocês sabem que tucano come até filhote no ninho. Quando o Mercadante se eleger governador, vou criar um Bolsa Família para os tucanos não passarem fome.

Pouco antes, Dilma falou que “em 2002, eles diziam que não tínhamos competência para governar. Hoje, podemos falar que um metalúrgico foi capaz de fazer mais escola técnica do que os doutores que vieram antes”.

A petista não comentou a saída de sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, ou as asdenúncias puclicadas nos últimos dias. Preferiu mobilizar a plateia até o dia 3 de outubro e se ateve às conquistas do governo Lula: “Daqui a 15 dias, vamos estar decidindo qual é o rumo deste País. Se queremos aquele País das desigualdades ou se queremos um País construído pelo presidente Lula.

A ex-ministra da Casa Civil disse que vai “honrar o legado desse governo sem miséria, onde podemos viver em paz”. “Mais que honrar, vou seguir um conselho do Lula: ‘O difícil não é governar, é governar com o coração. Você tem de saber de que lado está. Nós estamos do lado de 190 milhões de brasileiros”.

PS: É óbvio que o presidente da República, ser político que é, nesta questão mata três coelhos de uma vez: polariza a eleição (para reduzir a abstenção), blinda sua candidata de acusações da mídia (mesmo as que porventura forem procedentes e não partirem do maníaco do parque) e radicaliza o tucanato midiático (quanto mais falarem mal de um presidente com quase 80% de popularidade, mais votos ele conquista para Dilma).

O que desmoraliza a imprensa



Por Eduardo Guimaraes:

Não há como deixar de reconhecer que os fatos envolvendo a agora ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra podem até não conter ilegalidade, mas, por certo, não podem ser considerados aceitáveis para ocupantes de cargos como os que ela exerceu nos últimos anos.

Não se poderia criticar, portanto, denúncia da imprensa contra uma ministra de Estado cheia de parentes que mantêm negócios – por legais que possam ser – com empresas que, por sua vez, negociam com o mesmo Estado que ela ajudava a gerir.

O que há de errado no trabalho da imprensa é a diferença de tratamento que dá a uns e a outros. Há denúncias de que a filha de José Serra fazia o mesmo que o filho de Erenice, com o agravante de que a filha do tucano seria sócia da irmã de Daniel Dantas, indiciada criminalmente junto com ele.

Houvesse isonomia de tratamento na imprensa, que viesse tudo para fora. Nem que não sobrasse candidato nenhum dos que aí estão. Contudo, acusações dessa natureza são sempre contra um lado só, o do PT.

A imprensa deveria expor acusações a todos ou a ninguém. Detentora dessa isenção, granjearia autoridade moral para acusar.

Recentemente, a colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde participou de bate-papo no UOL. Um jogo de cartas marcadas que pretendeu convertê-la em grande debatedora ao custo da censura da grande maioria dos desavisados que participaram da farsa.

Algumas perguntas questionadoras, porém, furaram a censura. Entre elas, sobre por que a mídia repercutiu a matéria da Veja contra o PT e não repercutiu a da Carta Capital contra o PSDB. Eliane respondeu que foi devido a “falta de credibilidade” da revista de Mino Carta.

Em um momento em que a Folha de São Paulo dá espaço a um escroque – que passou quase um ano na cadeia – para ele atacar Dilma Rousseff, por que não dar espaço à denúncia da Carta Capital e deixar que o leitor julgue se ela tem ou não credibilidade?

Já diante da apuração da Polícia Federal de que a servidora da Receita que acessou os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, pretendia apenas ganhar dinheiro e não tinha motivação política, por que não dar ao fato o destaque que se deu à denúncia tucana que afirmava o contrário?

A sociedade percebe que a administração pública, tal como é no Brasil, permite essas contradições morais em administrações de todos os partidos, mas que elas só vêm a público em período eleitoral quando envolvem o PT. Em duas semanas, esta teoria se tornará fato.

Ao fim desta campanha eleitoral, não haverá mais como fugir desse debate. A desmoralização da imprensa avança em marcha batida, ameaçando retirar da sociedade um de seus mais eficientes instrumentos de controle do Estado.

Tentando manter a prerrogativa inaceitável de expor as mazelas de alguns grupos políticos e de esconder as de outros, a imprensa qualifica como ímpeto censor o que, na verdade, é pedido de tratamento isonômico a todos os grupos políticos.

Se o PT fizer novamente o presidente da República e as fortes bancadas que se prevê que fará no Congresso, não terá mais como adiar o enfrentamento dessa questão. Haverá que cobrar a imprensa publicamente para que trate todos os grupos políticos da mesma forma.

Chegamos a um ponto de deboche das instituições, no Brasil. A imprensa que temos tenta se colocar como poder acima do de Estado, acusando sem provas e favorecendo a alguns em detrimento de outros por razões claramente partidárias.

Não é possível que instituições privadas e partidarizadas continuem chantageando a classe política para que dance conforme a sua música, oferecendo como alternativa a execração pública.

Há um movimento crescente de indignação com esse estado de coisas. A recente representação do Movimento dos Sem Mídia à Justiça Eleitoral pedindo cumprimento da lei sobre o uso político de concessões públicas de rádio e tevê, recebeu apoio de milhares de cidadãos.

O Poder Judiciário não pode mais aceitar que essa farsa prossiga. Há leis que regulam o uso político de meios de comunicação. São pouquíssimos os que negam que a grande imprensa brasileira adotou uma candidatura a presidente.

Se esses meios de comunicação admitissem seu engajamento político, não seria nada. O problema é que há uma clara tentativa de ludibriarem o público, vendendo que são isentos e apartidários apesar da evidência escandalosa de que não é assim.

Talvez o paroxismo da manipulação pseudo jornalística que o país assiste venha a ser útil, no fim das contas. Fará a sociedade exigir que a imprensa assuma suas preferências políticas onde tem direito de fazê-lo, o que não inclui as concessões públicas de rádio e tevê..

E, para dar exemplo de honestidade imperativa a quem lida com informação, declaro ser eleitor do PT. E, como se vê, esta tomada clara de posição não me inabilita a manifestar opiniões ou a relatar fatos. Que a imprensa tenha a mesma coragem que eu.

"Foi uma traição. Uma completa traição", afirma Erenice


Da revista IstoÉ

Na quinta-feira 16, a equipe de ISTOÉ tinha encontro marcado com a ministra Erenice Guerra às oito horas da manhã, na residência oficial da Casa Civil. Mas, depois de uma rápida visita do ministro Franklin Martins, ela foi convocada às pressas pelo presidente Lula. Erenice pediu que a reportagem aguardasse até o meio-dia, pois iria ao Palácio do Planalto para entregar seu pedido de demissão. Assim que deixou o cargo, voltou à luxuosa casa na Península dos Ministros e ali deu uma entrevista exclusiva à ISTOÉ sobre seus últimos momentos no governo Lula.

O que mais pesou em sua decisão de pedir exoneração?
Fundamentalmente, foi a campanha de desconstrução da minha imagem, sórdida e implacável, atingindo, sobretudo, a minha família. Esses valores colocados em questão são caros para mim. Sou uma pessoa de origem simples e a família é o núcleo central que estabiliza a gente. Nesse episódio, não escaparam filhos, filha, marido, irmãos. Quando eu percebi que não haveria limite nenhum, nem ético nem de profissionalismo, para essa campanha difamatória, entendi que era o momento de fazer uma opção. Uma opção pela minha vida pessoal, minha família, meus filhos e minha mãe, que sofre com tudo isso. Resolvi, então, parar um pouco para proceder à defesa adequada de minha honradez e de minha seriedade profissional. Entendi que era o momento de dar um basta e dizer: “Senhor presidente, agora eu preciso de paz e de tempo para que eu possa defender a mim e a minha família dessa campanha difamatória.”

Por que existiria uma campanha difamatória contra a sra.?
Na minha opinião, ela está absolutamente vinculada ao momento político-eleitoral. E é impiedosa e cruel, em que pese eu ter respondido de pronto às imputações e providenciado que fosse feita investigação das denúncias administrativas pela Comissão de Ética e pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal. Isso, além de ter aberto todos os meus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

A sra. conhece bem o trabalho de seu filho Israel Guerra para garantir que ele é inocente?
Uma pessoa que trabalha a quantidade de horas que eu trabalho por dia, que sai de casa antes das nove da manhã e só volta depois das nove da noite, não tem condições de acompanhar trabalho nem de filho, nem de irmão, nem de ninguém. Mas eu conversei com meu filho e, conhecendo o filho que tenho, acredito nas afirmações que me foram feitas por ele. Ele me garantiu que, em nenhum momento, ultrapassou os limites da ética e da conduta que deveria ter. E ele sabe a mãe que tem. Eu jamais aceitaria ou faria movimento no sentido de privilegiar alguém.

A sra. nomeou o presidente e um diretor de operações dos Correios. Seu filho Israel Guerra, que trabalhou na Anac, aparece prestando consultoria a uma empresa, a Master Top Linhas Aéreas (MTA), que obteve renovação de concessão na Anac e, em seguida, ganhou uma concorrência milionária nos Correios. Não é muita coincidência?Troquei sim a diretoria dos Correios por determinação do presidente da República, porque a estatal estava num processo de declínio na prestação de serviço. Troquei o diretor de operações, o presidente e o diretor de recursos humanos. Creio que pago um preço por isso, mas não me arrependo. Do ponto de vista da minha conduta de servidora pública, era o que deveria ser feito para o resgate da credibilidade dos Correios. Israel prestou serviço para um sujeito chamado Fábio Baracat, que se intitulava dono de uma empresa chamada Via Net, mas nunca prestou serviço para uma empresa chamada MTA. A própria Anac reconhece que renovou a concessão da MTA porque eles regularizaram toda a documentação. A MTA ganhou e perdeu licitações nos Correios. E o tal contrato com a Via Net, que seria a empresa do Baracat, jamais foi assinado pelo meu filho. Então, é uma história muito confusa. Meu filho nunca teve contato direto com a MTA e eu muito menos.

A sra. se encontrou com Fábio Baracat na sua residência, na de seu filho ou em outro local?
Eu fui apresentada ao Baracat pelo meu filho na condição de amigo dele. É um rapaz bem apessoado, bem formado, conversa bem, me parece até que é mais novo que meu filho. Para mim era mais um amigo. Conheci socialmente, como outros tantos amigos que meu filho já me apresentou. Não conversamos nada além do trivial de um encontro social.

Mas o fato de seu filho se relacionar, trabalhar e prestar consultoria a empresários que têm interesse em negócios com o governo não pode ser considerado tráfico de influência? A sociedade precisa refletir sobre essa questão. Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos? Ou as pessoas com quem ele se relaciona previamente precisam apresentar currículo para dizer o que fazem? E se essa pessoa for um empresário? Ele tem que ser, a priori, já eliminado do seu círculo de relações, pois eventualmente, no futuro, pode vir a participar de uma licitação e eu, como estava ocupando uma pasta muito ampla, teria teoricamente influência sobre qualquer área? O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa, pois não poderão trabalhar e se relacionar?

Já houve casos em Brasília em que filhos de ministros venderam facilidades. Possuíam consultoria e escritórios e se ofereciam para abrir portas. Podem ter sido vendidas facilidades em seu nome?O que impede alguém, a não ser a ética, de se vender por aí como uma pessoa que tem acesso à ministra e pode facilitar qualquer tipo de negócio? Essa é uma vulnerabilidade à qual estou exposta.

ISTOÉ – A sra. chegou a se encontrar com um representante da EDRB do Brasil, que teria tentado obter empréstimo no BNDES com a ajuda de seu filho?Eu nunca recebi. Ele foi recebido na Casa Civil pelo meu assessor, o chefe de gabinete à época. Foi lá apenas para fazer a demonstração de um projeto de energia alternativa. É tudo o que eu sei sobre esse assunto. Mas efetivamente a Casa Civil está investigando a conduta do ex-servidor Vinícius Castro e a possibilidade de ele ter praticado algum tráfico de influência nesse caso.

Esse servidor poderia se passar por um funcionário capaz de influir nas suas decisões?É. Poderia dizer “trabalho na Casa Civil, posso conseguir isso e aquilo...” Isso não é desarrazoado não. E, exatamente por isso, a Casa Civil está, a partir de hoje, investigando esse caso com bastante rigor.

Significou uma traição à sra.? Afinal, Vinícius era um funcionário muito próximo, além de ser sócio de seu filho.Foi uma traição. Uma completa traição

Se eventualmente houve tráfico de influência na Casa Civil, como a sra. aventou, foi sem seu conhecimento?Absolutamente sem o meu conhecimento. Eu jamais admitiria um negócio desses. Por que eu faria isso? Por que eu deixaria que minha honra e minha história profissional se sujassem por conta de tráfico de influência no local em que trabalho? Sou uma mulher madura, vivida. Sei onde estou, o que estou fazendo.

Como a sra. está lidando com esse episódio?Eu diria que é só mais uma dor nesses dias tão dolorosos. Mas o importante é que se apure com rigor, independentemente de eu não estar mais lá. Tive uma conversa com o Carlos Eduardo (Esteves Lima), que ficou como ministro, sobre a necessidade de averiguar e não deixar pedra sobre pedra, porque quem me conhece sabe que não permitiria coisa parecida. Por muito menos, determinei a abertura de processos administrativos dentro da Casa Civil. É óbvio que se eu imaginasse qualquer tráfico de influência na Casa Civil teria determinado as medidas investigativas necessárias. Se não fiz, foi porque isso não me ocorreu. Agora será feito.

A sra. se sentiu em algum momento abandonada pelo governo?
De forma nenhuma. Eu fui tratada com solidariedade durante todo esse tempo. É óbvio que isso está diretamente ligado à disputa eleitoral, à necessidade de a oposição gerar fatos novos. O fato da quebra de sigilo se esgotou. Serra percebeu claramente que falar de quebra de sigilo não era uma boa tônica, então vamos falar de outra coisa. E a Erenice foi a bola da vez, até porque eu simbolizo uma proximidade, uma relação de confiança com a candidata Dilma, que está na frente.

ISTOÉ – Dilma foi solidária? Chegou a ligar?
Erenice – Conversamos e a Dilma não tem dúvida sobre a minha conduta.

A sra. teve apoio do presidente? Conversei com o presidente e ele foi muito amoroso comigo. E reiterou a confiança que tem na minha pessoa, mas achou que é um direito meu fazer agora os trabalhos que eu preciso fazer. Conversar com os meus advogados, abrir os processos para provar que eu não tenho participação, que não tive nenhum benefício.

A sra. chama as denúncias de campanha difamatória e as atribui à oposição? Não poderia, de repente, ser fogo amigo? Se fala muito em fogo amigo, mas eu prefiro não me manifestar sobre isso. Até porque seria uma dor a mais. Há uma disputa de cargos no futuro governo, o que é natural.

A sra. está tranquila com a investigação da CGU?Eu lhes asseguro que toda a minha família disponibiliza seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Eu não sou o Serra que briga para manter o sigilo da filha. Meu filho se chama Israel, e não Verônica. Ninguém está brigando na Justiça para manter o sigilo. Todos nós estamos dizendo: “Os nossos sigilos estão abertos.” Eu não tenho absolutamente nada a esconder. Essa postura é de alguém que se sente tranquila.

O que a sra. pretende fazer daqui para a frente?Respirar. Agora tenho que descansar. Ter tempo de fazer a defesa da minha honra e da legitimidade de todos os meus atos. De minha história de vida. Eu tenho clareza e certeza de que sou uma boa profissional. Não tenho problemas de emprego, de como me sustentar ou como viver. Mas não posso perder minha credibilidade. Não posso viver sem honra. É inadmissível.

Ao fim e ao cabo das investigações, a sra. tem a convicção de que as acusações não se sustentarão? A sra. pode afirmar isso?Tenho absoluta certeza. Não se sustentarão. A única coisa que lamento é que eu não terei o mesmo espaço ocupado pelas denúncias para divulgar minha inocência. Mas buscarei na Justiça o direito de resposta.

Fora do AR....


Estivemos fora do ar ao longo destes dias por motivo de viajem e profissionais. Mas já estamos de volta. Ok? Desculpa a todos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Marina defende internet banda larga gratuita


Do IG
A candidata do PV à Presidência da República Marina Silva afirmou que a internet é uma ferramenta indispensável no combate à corrupção. Em visita ao programa “Floresta Digital” em Rio Branco (AC) disse ser possível que “o cidadão exerça o controle social da gestão pública, evitando assim, a corrupção.” O projeto disponibiliza acesso a internet banda larga gratuita em vários municípios do Acre.

Para a candidata, “as informações são colocadas de forma livre” na rede mundial de computadores “para que o cidadão possa criar aplicativos de fiscalização e controle do governo.” Marina vê a internet grátis como auxilia na melhoria da educação, fazendo que o ensino tenha mais qualidade.“A internet banda larga livre pode melhorar a qualidade da educação de jovens de baixa renda e das comunidades indígenas. É fundamental o acesso a internet banda larga.” Somente assim “há integração de diferentes olhares, das diferentes formas de conhecimento e cultura.” E lamentou que no Brasil “o acesso a internet banda larga ainda não acontece como a sociedade almeja."

Para a candidata, o Governo Federal não favoreceu o debate sobre a melhoria e expansão da internet.” Ela defende que o Brasil tenha “marco regulatório” para firmar parceria entre governo e iniciativa privada e a sociedade tenha acesso rápido à internet como forma de contribuir para desenvolvimento, a educação, a produção cultural e melhorias sociais que a internet possibilita.

ECONOMIA SOLIDÁRIA
Marina defendeu que a União invista na economia solidária para que “milhares de famílias saiam da informalidade e que se tornem microempreendedores.” E que são necessários investimentos na agricultura familiar, na assistência técnica e em linhas de créditos.A candidata do PV aproveitou a visita ao Acre no último final de semana para conversar também com estudantes na Biblioteca Pública, em Rio Branco. Ela também visitou o Mercado Municipal “Elias Mansour,” onde conversou com produtores rurais, comerciantes e transeuntes.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Qual será o golpe final da Globo? O que fazer a respeito?


por Luiz Carlos Azenha

Bala de prata. Há muito se especula sobre bala de prata. Qual será a “bala” atirada pelo consórcio Organizações Globo/Folha/Estadão/PSDB/DEM na véspera do primeiro turno, em 2 de outubro de 2010, para tentar mudar o quadro eleitoral? Em 2006 foram as fotos do dinheiro apreendido com os aloprados do PT, que teriam tentado comprar um dossiê contra o então candidato a governador José Serra. Ninguém tratou do conteúdo do dossiê: as ambulâncias superfaturadas compradas durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde. Aliás, a Globo passou a tratar aquele dossiê como “falso dossiê”, quando todas as informações oficiais mostram que o esquema das ambulâncias superfaturadas vicejou durante a administração Serra.

Naquela ocasião, as fotos “vazaram” justamente na antevéspera da eleição, para que pudessem ser publicadas na véspera, estrelando a edição do Jornal Nacional. Foi obra do delegado Edmilson Bruno, cuja conversa com os jornalistas na hora do vazamento se tornou um clássico da conjunção carnal entre fonte e mídia, com o delegado sugerindo o uso de photoshop, instruindo repórteres sobre como proceder com a divulgação das informações, contando que ia mentir para o superior hierárquico sobre a fonte do vazamento e se referindo a uma “foto da Globo” — tudo isso sob o silêncio complacente dos “profissionais” da mídia.

Para ouvir a conversa gravada, clique aqui.
Na opinião de Luís Nassif, a bala de prata deste ano terá relação com o envolvimento de Dilma Rousseff na resistência ao regime militar. Também acho que seja o mais provável, dado que conheço inúmeros casos de gente que decidiu não votar na candidata do PT depois de receber por e-mail “notícias” (obviamente falsas) sobre crimes atribuídos à candidata. Não é outro o motivo das correntes de e-mail que tem sido bombardeadas diuturnamente na rede contra Dilma: preparar o terreno para alguma ação de grande alcance, provavelmente no Jornal Nacional. Ou seja, quando a bala de prata for disparada funcionará como uma espécie de confirmação. Registro que muita gente recém-chegada ao mundo da rede devota profunda credibilidade à palavra escrita e, por não encontrar na rede fontes de desmentido, tende a acreditar que “onde há fumaça há fogo”. Estranho, portanto, que a campanha de Dilma não tenha preparado algum tipo de vacina preventiva contra as mentiras.

É óbvio que não sabemos exatamente o que vai acontecer, nem quando. Como tem sido assim na história das eleições brasileiras, tudo indica que acontecerá de novo. O que me leva à pergunta seguinte: qual deve ser a consequência para a concessão pública de rádio ou de TV que embarcar na disseminação da mentira? Uma campanha para o cancelamento de assinaturas (das publicações das Organizações Globo), apoiada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Uma campanha de boicote aos anunciantes, patrocinada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Ações coletiva na Justiça? Punição, dentro das regras já existentes, às concessões que praticarem crimes eleitorais?

Deixo a questão em aberto para que vocês reflitam e façam sugestões. Vou sugerir ao Altamiro Borges, do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que pense em articular algum movimento coletivo que deixe claro, desde já, que tentativas de fraude eletrônica antecipada das eleições de 2010 terão consequências práticas aos que forem patrocinadores dela.

Vox Populi/IG: Dilma atinge 55% e Serra cai para 22%


Pela primeira vez desde o início da medição, no dia 1 º de setembro, a petista oscila positivamente acima da margem de erro que é de 2,2 pontos percentuais. O mesmo ocorre com o candidato tucano, que oscila negativamente além da margem de erro. No dia 1º, Dilma tinha 51% e Serra 25%.
Na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato não é apresentado ao entrevistado, Dilma ocilou positivamente um ponto e tem 44%, Serra por sua vez oscilou negativamente e marca 17%, dois pontos a menos que a sondagem anterior, e Marina Silva 6%.

Leia o texto do IG:
No sexto dia das medições do tracking Vox Populi/Band/iG para a eleição presidencial, a petista Dilma Rousseff obteve 55% e o tucano José Serra 22% das intenções de voto. Pela primeira vez desde o início da medição, no dia 1 º de setembro, a petista oscila positivamente acima da margem de erro que é de 2,2 pontos percentuais. O mesmo ocorre com o candidato tucano, que oscila negativamente além da margem de erro. No dia 1º, Dilma tinha 51% e Serra 25%.

A candidata Marina Silva (PV), terceira colocada, apresentou novamente 8% das intenções de voto –mesmo percentual da última pesquisa. Brancos e nulos são 4%, indecisos somam 10%, mesmo índice do levantamento do dia anterior, e os outros candidatos têm 1%.

A pesquisa, publicada diariamente pelo iG, ouve novos 500 eleitores a cada dia. A amostra é totalmente renovada a cada quatro dias, quando são totalizados 2.000 entrevistados.

Na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato não é apresentado ao entrevistado, Dilma ocilou positivamente um ponto e tem 44%, Serra por sua vez oscilou negativamente e marca 17%, dois pontos a menos que a sondagem anterior, e Marina Silva 6%.

A petista apresentou melhora em todas as regiões do País e segue na liderança. Já Serra, oscilou negativamente em todas as regiões. Dilma tem seu melhor desempenho na região Nordeste, onde soma 71% dos votos contra 15% de Serra e 5% de Marina.

Eleição no Brasil provoca 'febre Dilma' na Bulgária


VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA


A Bulgária vive uma "febre Dilma". Jornais, revistas e televisões acompanham o dia a dia da campanha no Brasil, e muitos jornalistas já estão de malas prontas para cobrir in loco a possível eleição de uma "búlgara para presidir a sétima maior economia do mundo".

Se o Quênia festejou a vitória de Barack Obama, que tem pai queniano, a Bulgária quer festejar a de Dilma, que tem pai búlgaro.

Somos um país muito pequeno, e a possibilidade de alguém que teve um pai búlgaro ocupar um cargo tão importante nos deixa emocionados", afirma Jorge Nalbantov, apresentador da TV7, que viajará ao Brasil para fazer a cobertura da eleição presidencial.

A Bulgária tem cerca de 7,5 milhões de habitantes, população que vem caindo devido à migração e à baixa taxa de natalidade (1,4 filho por mulher, em média). Há dez anos, eram 8,1 milhões de habitantes.

Dilma é descrita pelos meios de comunicação como "dama de ferro", "Margaret Thatcher brasileira" e "toda-poderosa do governo Lula". Algumas vezes foi chamada erroneamente de "primeira-ministra do Brasil".

Certas reportagens citam sua participação em grupos da luta armada e no roubo, em julho de 1969, do "cofre do Adhemar", que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo e que era guardado no Rio. Essa operação foi organizada pela VAR-Palmares, na qual a ex-ministra militou, mas ela nega ter participado do roubo.

Na última quinta-feira, um dos principais jornais de Sófia, o "Trud" (algo como o trabalhador), dedicou duas páginas inteiras à ex-ministra e suas raízes búlgaras.

ABRAÇOS À BULGÁRIA

No sábado, o mesmo jornal trouxe mais uma grande reportagem com o título: "Dilma Rousseff: Quero Mandar Abraços para a Bulgária". Era baseada numa resposta dada pela candidata após entrevista no SBT.

Segundo o "Trud", Dilma disse que ir à Bulgária é uma de suas prioridades e que desejava mandar uma abraço a todos os búlgaros.

Alguns jornais e programas de televisão dizem que ela é búlgara, apesar de a candidata nunca ter ido ao país e de não falar búlgaro.

Já foram publicados títulos como: "Uma búlgara pode ser presidente do Brasil".

"Eu tento explicar para os jornalistas que ela não é búlgara, assim como não sou polonês", afirma Paulo Américo Wolowski, embaixador do Brasil em Sófia e que viu explodir o interesse da mídia local pelo Brasil.

EM BUSCA DE HERÓIS

Para Rumen Stoyanov, professor de literatura da Universidade de Sófia, a Bulgária sente falta de figuras ilustres.

"Nós precisamos de heróis. Somos um povo pequeno, que está diminuindo porque o búlgaro não quer ter filho. Por isso, é importante que ressaltemos o exemplo de alguém com sangue búlgaro com destaque fora do país", afirma Stoyanov.

Dilma não é a primeira "semi-búlgara" a ser festejada na Bulgária. Entre os heróis nacionais está John Vincent Atanasoff, considerado o inventor do computador digital. Ele nasceu e viveu a vida toda nos EUA. Mas tinha, claro, um pai búlgaro.