sexta-feira, 1 de outubro de 2010

STF sob investigação



O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, encaminhou ofício ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitando a apuração da suposta negociação entre o ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) e o advogado Adriano Borges Silva, que é genro do ministro da Corte Carlos Ayres Britto. A solicitação de "imediatas providências para rigorosa apuração dos fatos" foi encaminhada à PGR atendendo a um requerimento do ministro Ayres Britto, segundo breve nota divulgada nesta sexta-feira (1) pelo STF.
Se a negociação entre o ex-candidato e Borges tivesse prosperado, o ministro ficaria impedido de participar do julgamento do recurso de Roriz contra decisão da Justiça Eleitoral que negou sua candidatura, com base na Lei da Ficha Limpa. Ayres Brito foi um dos que votou a favor da aplicação da lei. O placar do julgamento ficou empatado por 5 a 5, levando Roriz a abandonar a disputa pelo governo distrital. O STF decidiu, então, arquivar o recurso.

O advogado Eri Varela, da coligação do ex-candidato, deve entrar nesta tarde com uma notícia criminal no Supremo sob a acusação de Borges teria tentado vender o impedimento de Ayres Brito tendo a autorização do ministro.

Por meio de sua assessoria, o genro do ministro negou a acusação. Disse ter sido procurado por Roriz - e não o contrário. Acrescentou que estava disposto a defender o então candidato no processo, não apenas "vender" sua assinatura no recurso e, com isso, impedir o ministro de votar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eleições2010:Tiros em caminhada de Izaias Régis



O candidato a reeleição pelo PTB a uma vaga na ALEPE, o dep. estadual Izaias Régis tá amedrontando o eleitorado do subúrbio de Garanhuns. Segundo informações de blogs da cidade, o deputado em uma de suas caminhadas pelo bairro da cohab 2 em Garanhuns ao discursar para seus seguidores e populares, atacou a honra de um de seus ex-aliados o lider comunitário "Roberval". Roberval, segundo o blog do jornalista Roberto Almeida, teve cerca de 1500 votos nas ultimas eleições para vereador da cidade,era eleitor de Izaías Régis, mas na atual campanha está apoiando Leonardo Dias. Num discurso feito na Cohab II, dias atrás, o deputado acusou o suplente de vereador de ter se vendido depois de ter sido ajudado por ele. Este aproveitou a oportunidade e foi tomar satisfações a partir daí começou a briga. Até a esposa do ex-aliado foi agredida. Um fato curioso é que a ROCAM equipe motorizada do 9º BPM de Garanhuns paralisa suas atividades na cidade toda vez que o nobre deputado faz suas andanças nos bairros de Garanhuns. Um uso explicito da máquina estadual em sua campanha politica. Um tapa na cara do cidadão pernambucano, que paga seus impostos para ter segurança e de repente os agentes que deveriam prestar este serviço estão envolvidos com o politico de garanhuns. Um vexame também para quem é Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do estado de onde deveria partir bons exemplos. É por essa e outras que a política fica cada dia que passa um prato dificil de engolir. Esperamos que o Governador do Estado, se pronuncie sobre o uso da ROCAM para serviços de segurança do Deputado em Garanhuns.

sábado, 18 de setembro de 2010

Lula: “Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos”


por Luiz Carlos Azenha

Vi um pequeno trecho do discurso de Lula em Campinas, pela rede. Anotei: “Dono de jornal tem lado. Dono de TV tem lado. Dono da revista tem lado”, disse o presidente da República ao pool de repórteres que cobria o evento, pedindo a eles que também se decidissem.

Segue uma descrição feita pelo Estadão, mas me pareceu incompleta. Deixem nos comentários vídeos ou o texto completo do discurso, já que me parece que é a primeira vez que Lula explicita abertamente que os jornalões participam da campanha eleitoral, embora neguem:

‘Nós somos a opinião pública’, afirma Lula
Presidente critica imprensa e diz que não precisa de formadores de opinião

18 de setembro de 2010 | 15h 16

Rodrigo Alvares, do estadão.com.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado, em Campinas (SP).

“Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública”, afirmou.

Também falou que os jornalistas precisam ter um “lado” porque também votam.Lula também atacou abertamente o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.

Caminhando de um lado para o outro no palco, o presidente chegou a ironizar que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e José Eduardo Dutra haviam pedido para ele “se conter”. “Tem algumas coisas que precisam ser ditas. Vocês sabem que tucano come até filhote no ninho. Quando o Mercadante se eleger governador, vou criar um Bolsa Família para os tucanos não passarem fome.

Pouco antes, Dilma falou que “em 2002, eles diziam que não tínhamos competência para governar. Hoje, podemos falar que um metalúrgico foi capaz de fazer mais escola técnica do que os doutores que vieram antes”.

A petista não comentou a saída de sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, ou as asdenúncias puclicadas nos últimos dias. Preferiu mobilizar a plateia até o dia 3 de outubro e se ateve às conquistas do governo Lula: “Daqui a 15 dias, vamos estar decidindo qual é o rumo deste País. Se queremos aquele País das desigualdades ou se queremos um País construído pelo presidente Lula.

A ex-ministra da Casa Civil disse que vai “honrar o legado desse governo sem miséria, onde podemos viver em paz”. “Mais que honrar, vou seguir um conselho do Lula: ‘O difícil não é governar, é governar com o coração. Você tem de saber de que lado está. Nós estamos do lado de 190 milhões de brasileiros”.

PS: É óbvio que o presidente da República, ser político que é, nesta questão mata três coelhos de uma vez: polariza a eleição (para reduzir a abstenção), blinda sua candidata de acusações da mídia (mesmo as que porventura forem procedentes e não partirem do maníaco do parque) e radicaliza o tucanato midiático (quanto mais falarem mal de um presidente com quase 80% de popularidade, mais votos ele conquista para Dilma).

O que desmoraliza a imprensa



Por Eduardo Guimaraes:

Não há como deixar de reconhecer que os fatos envolvendo a agora ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra podem até não conter ilegalidade, mas, por certo, não podem ser considerados aceitáveis para ocupantes de cargos como os que ela exerceu nos últimos anos.

Não se poderia criticar, portanto, denúncia da imprensa contra uma ministra de Estado cheia de parentes que mantêm negócios – por legais que possam ser – com empresas que, por sua vez, negociam com o mesmo Estado que ela ajudava a gerir.

O que há de errado no trabalho da imprensa é a diferença de tratamento que dá a uns e a outros. Há denúncias de que a filha de José Serra fazia o mesmo que o filho de Erenice, com o agravante de que a filha do tucano seria sócia da irmã de Daniel Dantas, indiciada criminalmente junto com ele.

Houvesse isonomia de tratamento na imprensa, que viesse tudo para fora. Nem que não sobrasse candidato nenhum dos que aí estão. Contudo, acusações dessa natureza são sempre contra um lado só, o do PT.

A imprensa deveria expor acusações a todos ou a ninguém. Detentora dessa isenção, granjearia autoridade moral para acusar.

Recentemente, a colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde participou de bate-papo no UOL. Um jogo de cartas marcadas que pretendeu convertê-la em grande debatedora ao custo da censura da grande maioria dos desavisados que participaram da farsa.

Algumas perguntas questionadoras, porém, furaram a censura. Entre elas, sobre por que a mídia repercutiu a matéria da Veja contra o PT e não repercutiu a da Carta Capital contra o PSDB. Eliane respondeu que foi devido a “falta de credibilidade” da revista de Mino Carta.

Em um momento em que a Folha de São Paulo dá espaço a um escroque – que passou quase um ano na cadeia – para ele atacar Dilma Rousseff, por que não dar espaço à denúncia da Carta Capital e deixar que o leitor julgue se ela tem ou não credibilidade?

Já diante da apuração da Polícia Federal de que a servidora da Receita que acessou os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, pretendia apenas ganhar dinheiro e não tinha motivação política, por que não dar ao fato o destaque que se deu à denúncia tucana que afirmava o contrário?

A sociedade percebe que a administração pública, tal como é no Brasil, permite essas contradições morais em administrações de todos os partidos, mas que elas só vêm a público em período eleitoral quando envolvem o PT. Em duas semanas, esta teoria se tornará fato.

Ao fim desta campanha eleitoral, não haverá mais como fugir desse debate. A desmoralização da imprensa avança em marcha batida, ameaçando retirar da sociedade um de seus mais eficientes instrumentos de controle do Estado.

Tentando manter a prerrogativa inaceitável de expor as mazelas de alguns grupos políticos e de esconder as de outros, a imprensa qualifica como ímpeto censor o que, na verdade, é pedido de tratamento isonômico a todos os grupos políticos.

Se o PT fizer novamente o presidente da República e as fortes bancadas que se prevê que fará no Congresso, não terá mais como adiar o enfrentamento dessa questão. Haverá que cobrar a imprensa publicamente para que trate todos os grupos políticos da mesma forma.

Chegamos a um ponto de deboche das instituições, no Brasil. A imprensa que temos tenta se colocar como poder acima do de Estado, acusando sem provas e favorecendo a alguns em detrimento de outros por razões claramente partidárias.

Não é possível que instituições privadas e partidarizadas continuem chantageando a classe política para que dance conforme a sua música, oferecendo como alternativa a execração pública.

Há um movimento crescente de indignação com esse estado de coisas. A recente representação do Movimento dos Sem Mídia à Justiça Eleitoral pedindo cumprimento da lei sobre o uso político de concessões públicas de rádio e tevê, recebeu apoio de milhares de cidadãos.

O Poder Judiciário não pode mais aceitar que essa farsa prossiga. Há leis que regulam o uso político de meios de comunicação. São pouquíssimos os que negam que a grande imprensa brasileira adotou uma candidatura a presidente.

Se esses meios de comunicação admitissem seu engajamento político, não seria nada. O problema é que há uma clara tentativa de ludibriarem o público, vendendo que são isentos e apartidários apesar da evidência escandalosa de que não é assim.

Talvez o paroxismo da manipulação pseudo jornalística que o país assiste venha a ser útil, no fim das contas. Fará a sociedade exigir que a imprensa assuma suas preferências políticas onde tem direito de fazê-lo, o que não inclui as concessões públicas de rádio e tevê..

E, para dar exemplo de honestidade imperativa a quem lida com informação, declaro ser eleitor do PT. E, como se vê, esta tomada clara de posição não me inabilita a manifestar opiniões ou a relatar fatos. Que a imprensa tenha a mesma coragem que eu.

"Foi uma traição. Uma completa traição", afirma Erenice


Da revista IstoÉ

Na quinta-feira 16, a equipe de ISTOÉ tinha encontro marcado com a ministra Erenice Guerra às oito horas da manhã, na residência oficial da Casa Civil. Mas, depois de uma rápida visita do ministro Franklin Martins, ela foi convocada às pressas pelo presidente Lula. Erenice pediu que a reportagem aguardasse até o meio-dia, pois iria ao Palácio do Planalto para entregar seu pedido de demissão. Assim que deixou o cargo, voltou à luxuosa casa na Península dos Ministros e ali deu uma entrevista exclusiva à ISTOÉ sobre seus últimos momentos no governo Lula.

O que mais pesou em sua decisão de pedir exoneração?
Fundamentalmente, foi a campanha de desconstrução da minha imagem, sórdida e implacável, atingindo, sobretudo, a minha família. Esses valores colocados em questão são caros para mim. Sou uma pessoa de origem simples e a família é o núcleo central que estabiliza a gente. Nesse episódio, não escaparam filhos, filha, marido, irmãos. Quando eu percebi que não haveria limite nenhum, nem ético nem de profissionalismo, para essa campanha difamatória, entendi que era o momento de fazer uma opção. Uma opção pela minha vida pessoal, minha família, meus filhos e minha mãe, que sofre com tudo isso. Resolvi, então, parar um pouco para proceder à defesa adequada de minha honradez e de minha seriedade profissional. Entendi que era o momento de dar um basta e dizer: “Senhor presidente, agora eu preciso de paz e de tempo para que eu possa defender a mim e a minha família dessa campanha difamatória.”

Por que existiria uma campanha difamatória contra a sra.?
Na minha opinião, ela está absolutamente vinculada ao momento político-eleitoral. E é impiedosa e cruel, em que pese eu ter respondido de pronto às imputações e providenciado que fosse feita investigação das denúncias administrativas pela Comissão de Ética e pela Controladoria-Geral da União e pelo Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal. Isso, além de ter aberto todos os meus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

A sra. conhece bem o trabalho de seu filho Israel Guerra para garantir que ele é inocente?
Uma pessoa que trabalha a quantidade de horas que eu trabalho por dia, que sai de casa antes das nove da manhã e só volta depois das nove da noite, não tem condições de acompanhar trabalho nem de filho, nem de irmão, nem de ninguém. Mas eu conversei com meu filho e, conhecendo o filho que tenho, acredito nas afirmações que me foram feitas por ele. Ele me garantiu que, em nenhum momento, ultrapassou os limites da ética e da conduta que deveria ter. E ele sabe a mãe que tem. Eu jamais aceitaria ou faria movimento no sentido de privilegiar alguém.

A sra. nomeou o presidente e um diretor de operações dos Correios. Seu filho Israel Guerra, que trabalhou na Anac, aparece prestando consultoria a uma empresa, a Master Top Linhas Aéreas (MTA), que obteve renovação de concessão na Anac e, em seguida, ganhou uma concorrência milionária nos Correios. Não é muita coincidência?Troquei sim a diretoria dos Correios por determinação do presidente da República, porque a estatal estava num processo de declínio na prestação de serviço. Troquei o diretor de operações, o presidente e o diretor de recursos humanos. Creio que pago um preço por isso, mas não me arrependo. Do ponto de vista da minha conduta de servidora pública, era o que deveria ser feito para o resgate da credibilidade dos Correios. Israel prestou serviço para um sujeito chamado Fábio Baracat, que se intitulava dono de uma empresa chamada Via Net, mas nunca prestou serviço para uma empresa chamada MTA. A própria Anac reconhece que renovou a concessão da MTA porque eles regularizaram toda a documentação. A MTA ganhou e perdeu licitações nos Correios. E o tal contrato com a Via Net, que seria a empresa do Baracat, jamais foi assinado pelo meu filho. Então, é uma história muito confusa. Meu filho nunca teve contato direto com a MTA e eu muito menos.

A sra. se encontrou com Fábio Baracat na sua residência, na de seu filho ou em outro local?
Eu fui apresentada ao Baracat pelo meu filho na condição de amigo dele. É um rapaz bem apessoado, bem formado, conversa bem, me parece até que é mais novo que meu filho. Para mim era mais um amigo. Conheci socialmente, como outros tantos amigos que meu filho já me apresentou. Não conversamos nada além do trivial de um encontro social.

Mas o fato de seu filho se relacionar, trabalhar e prestar consultoria a empresários que têm interesse em negócios com o governo não pode ser considerado tráfico de influência? A sociedade precisa refletir sobre essa questão. Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos? Ou as pessoas com quem ele se relaciona previamente precisam apresentar currículo para dizer o que fazem? E se essa pessoa for um empresário? Ele tem que ser, a priori, já eliminado do seu círculo de relações, pois eventualmente, no futuro, pode vir a participar de uma licitação e eu, como estava ocupando uma pasta muito ampla, teria teoricamente influência sobre qualquer área? O que será dos meus filhos e dos meus parentes? Terão todos que viver à minha custa, pois não poderão trabalhar e se relacionar?

Já houve casos em Brasília em que filhos de ministros venderam facilidades. Possuíam consultoria e escritórios e se ofereciam para abrir portas. Podem ter sido vendidas facilidades em seu nome?O que impede alguém, a não ser a ética, de se vender por aí como uma pessoa que tem acesso à ministra e pode facilitar qualquer tipo de negócio? Essa é uma vulnerabilidade à qual estou exposta.

ISTOÉ – A sra. chegou a se encontrar com um representante da EDRB do Brasil, que teria tentado obter empréstimo no BNDES com a ajuda de seu filho?Eu nunca recebi. Ele foi recebido na Casa Civil pelo meu assessor, o chefe de gabinete à época. Foi lá apenas para fazer a demonstração de um projeto de energia alternativa. É tudo o que eu sei sobre esse assunto. Mas efetivamente a Casa Civil está investigando a conduta do ex-servidor Vinícius Castro e a possibilidade de ele ter praticado algum tráfico de influência nesse caso.

Esse servidor poderia se passar por um funcionário capaz de influir nas suas decisões?É. Poderia dizer “trabalho na Casa Civil, posso conseguir isso e aquilo...” Isso não é desarrazoado não. E, exatamente por isso, a Casa Civil está, a partir de hoje, investigando esse caso com bastante rigor.

Significou uma traição à sra.? Afinal, Vinícius era um funcionário muito próximo, além de ser sócio de seu filho.Foi uma traição. Uma completa traição

Se eventualmente houve tráfico de influência na Casa Civil, como a sra. aventou, foi sem seu conhecimento?Absolutamente sem o meu conhecimento. Eu jamais admitiria um negócio desses. Por que eu faria isso? Por que eu deixaria que minha honra e minha história profissional se sujassem por conta de tráfico de influência no local em que trabalho? Sou uma mulher madura, vivida. Sei onde estou, o que estou fazendo.

Como a sra. está lidando com esse episódio?Eu diria que é só mais uma dor nesses dias tão dolorosos. Mas o importante é que se apure com rigor, independentemente de eu não estar mais lá. Tive uma conversa com o Carlos Eduardo (Esteves Lima), que ficou como ministro, sobre a necessidade de averiguar e não deixar pedra sobre pedra, porque quem me conhece sabe que não permitiria coisa parecida. Por muito menos, determinei a abertura de processos administrativos dentro da Casa Civil. É óbvio que se eu imaginasse qualquer tráfico de influência na Casa Civil teria determinado as medidas investigativas necessárias. Se não fiz, foi porque isso não me ocorreu. Agora será feito.

A sra. se sentiu em algum momento abandonada pelo governo?
De forma nenhuma. Eu fui tratada com solidariedade durante todo esse tempo. É óbvio que isso está diretamente ligado à disputa eleitoral, à necessidade de a oposição gerar fatos novos. O fato da quebra de sigilo se esgotou. Serra percebeu claramente que falar de quebra de sigilo não era uma boa tônica, então vamos falar de outra coisa. E a Erenice foi a bola da vez, até porque eu simbolizo uma proximidade, uma relação de confiança com a candidata Dilma, que está na frente.

ISTOÉ – Dilma foi solidária? Chegou a ligar?
Erenice – Conversamos e a Dilma não tem dúvida sobre a minha conduta.

A sra. teve apoio do presidente? Conversei com o presidente e ele foi muito amoroso comigo. E reiterou a confiança que tem na minha pessoa, mas achou que é um direito meu fazer agora os trabalhos que eu preciso fazer. Conversar com os meus advogados, abrir os processos para provar que eu não tenho participação, que não tive nenhum benefício.

A sra. chama as denúncias de campanha difamatória e as atribui à oposição? Não poderia, de repente, ser fogo amigo? Se fala muito em fogo amigo, mas eu prefiro não me manifestar sobre isso. Até porque seria uma dor a mais. Há uma disputa de cargos no futuro governo, o que é natural.

A sra. está tranquila com a investigação da CGU?Eu lhes asseguro que toda a minha família disponibiliza seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Eu não sou o Serra que briga para manter o sigilo da filha. Meu filho se chama Israel, e não Verônica. Ninguém está brigando na Justiça para manter o sigilo. Todos nós estamos dizendo: “Os nossos sigilos estão abertos.” Eu não tenho absolutamente nada a esconder. Essa postura é de alguém que se sente tranquila.

O que a sra. pretende fazer daqui para a frente?Respirar. Agora tenho que descansar. Ter tempo de fazer a defesa da minha honra e da legitimidade de todos os meus atos. De minha história de vida. Eu tenho clareza e certeza de que sou uma boa profissional. Não tenho problemas de emprego, de como me sustentar ou como viver. Mas não posso perder minha credibilidade. Não posso viver sem honra. É inadmissível.

Ao fim e ao cabo das investigações, a sra. tem a convicção de que as acusações não se sustentarão? A sra. pode afirmar isso?Tenho absoluta certeza. Não se sustentarão. A única coisa que lamento é que eu não terei o mesmo espaço ocupado pelas denúncias para divulgar minha inocência. Mas buscarei na Justiça o direito de resposta.

Fora do AR....


Estivemos fora do ar ao longo destes dias por motivo de viajem e profissionais. Mas já estamos de volta. Ok? Desculpa a todos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Marina defende internet banda larga gratuita


Do IG
A candidata do PV à Presidência da República Marina Silva afirmou que a internet é uma ferramenta indispensável no combate à corrupção. Em visita ao programa “Floresta Digital” em Rio Branco (AC) disse ser possível que “o cidadão exerça o controle social da gestão pública, evitando assim, a corrupção.” O projeto disponibiliza acesso a internet banda larga gratuita em vários municípios do Acre.

Para a candidata, “as informações são colocadas de forma livre” na rede mundial de computadores “para que o cidadão possa criar aplicativos de fiscalização e controle do governo.” Marina vê a internet grátis como auxilia na melhoria da educação, fazendo que o ensino tenha mais qualidade.“A internet banda larga livre pode melhorar a qualidade da educação de jovens de baixa renda e das comunidades indígenas. É fundamental o acesso a internet banda larga.” Somente assim “há integração de diferentes olhares, das diferentes formas de conhecimento e cultura.” E lamentou que no Brasil “o acesso a internet banda larga ainda não acontece como a sociedade almeja."

Para a candidata, o Governo Federal não favoreceu o debate sobre a melhoria e expansão da internet.” Ela defende que o Brasil tenha “marco regulatório” para firmar parceria entre governo e iniciativa privada e a sociedade tenha acesso rápido à internet como forma de contribuir para desenvolvimento, a educação, a produção cultural e melhorias sociais que a internet possibilita.

ECONOMIA SOLIDÁRIA
Marina defendeu que a União invista na economia solidária para que “milhares de famílias saiam da informalidade e que se tornem microempreendedores.” E que são necessários investimentos na agricultura familiar, na assistência técnica e em linhas de créditos.A candidata do PV aproveitou a visita ao Acre no último final de semana para conversar também com estudantes na Biblioteca Pública, em Rio Branco. Ela também visitou o Mercado Municipal “Elias Mansour,” onde conversou com produtores rurais, comerciantes e transeuntes.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Qual será o golpe final da Globo? O que fazer a respeito?


por Luiz Carlos Azenha

Bala de prata. Há muito se especula sobre bala de prata. Qual será a “bala” atirada pelo consórcio Organizações Globo/Folha/Estadão/PSDB/DEM na véspera do primeiro turno, em 2 de outubro de 2010, para tentar mudar o quadro eleitoral? Em 2006 foram as fotos do dinheiro apreendido com os aloprados do PT, que teriam tentado comprar um dossiê contra o então candidato a governador José Serra. Ninguém tratou do conteúdo do dossiê: as ambulâncias superfaturadas compradas durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde. Aliás, a Globo passou a tratar aquele dossiê como “falso dossiê”, quando todas as informações oficiais mostram que o esquema das ambulâncias superfaturadas vicejou durante a administração Serra.

Naquela ocasião, as fotos “vazaram” justamente na antevéspera da eleição, para que pudessem ser publicadas na véspera, estrelando a edição do Jornal Nacional. Foi obra do delegado Edmilson Bruno, cuja conversa com os jornalistas na hora do vazamento se tornou um clássico da conjunção carnal entre fonte e mídia, com o delegado sugerindo o uso de photoshop, instruindo repórteres sobre como proceder com a divulgação das informações, contando que ia mentir para o superior hierárquico sobre a fonte do vazamento e se referindo a uma “foto da Globo” — tudo isso sob o silêncio complacente dos “profissionais” da mídia.

Para ouvir a conversa gravada, clique aqui.
Na opinião de Luís Nassif, a bala de prata deste ano terá relação com o envolvimento de Dilma Rousseff na resistência ao regime militar. Também acho que seja o mais provável, dado que conheço inúmeros casos de gente que decidiu não votar na candidata do PT depois de receber por e-mail “notícias” (obviamente falsas) sobre crimes atribuídos à candidata. Não é outro o motivo das correntes de e-mail que tem sido bombardeadas diuturnamente na rede contra Dilma: preparar o terreno para alguma ação de grande alcance, provavelmente no Jornal Nacional. Ou seja, quando a bala de prata for disparada funcionará como uma espécie de confirmação. Registro que muita gente recém-chegada ao mundo da rede devota profunda credibilidade à palavra escrita e, por não encontrar na rede fontes de desmentido, tende a acreditar que “onde há fumaça há fogo”. Estranho, portanto, que a campanha de Dilma não tenha preparado algum tipo de vacina preventiva contra as mentiras.

É óbvio que não sabemos exatamente o que vai acontecer, nem quando. Como tem sido assim na história das eleições brasileiras, tudo indica que acontecerá de novo. O que me leva à pergunta seguinte: qual deve ser a consequência para a concessão pública de rádio ou de TV que embarcar na disseminação da mentira? Uma campanha para o cancelamento de assinaturas (das publicações das Organizações Globo), apoiada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Uma campanha de boicote aos anunciantes, patrocinada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Ações coletiva na Justiça? Punição, dentro das regras já existentes, às concessões que praticarem crimes eleitorais?

Deixo a questão em aberto para que vocês reflitam e façam sugestões. Vou sugerir ao Altamiro Borges, do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que pense em articular algum movimento coletivo que deixe claro, desde já, que tentativas de fraude eletrônica antecipada das eleições de 2010 terão consequências práticas aos que forem patrocinadores dela.

Vox Populi/IG: Dilma atinge 55% e Serra cai para 22%


Pela primeira vez desde o início da medição, no dia 1 º de setembro, a petista oscila positivamente acima da margem de erro que é de 2,2 pontos percentuais. O mesmo ocorre com o candidato tucano, que oscila negativamente além da margem de erro. No dia 1º, Dilma tinha 51% e Serra 25%.
Na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato não é apresentado ao entrevistado, Dilma ocilou positivamente um ponto e tem 44%, Serra por sua vez oscilou negativamente e marca 17%, dois pontos a menos que a sondagem anterior, e Marina Silva 6%.

Leia o texto do IG:
No sexto dia das medições do tracking Vox Populi/Band/iG para a eleição presidencial, a petista Dilma Rousseff obteve 55% e o tucano José Serra 22% das intenções de voto. Pela primeira vez desde o início da medição, no dia 1 º de setembro, a petista oscila positivamente acima da margem de erro que é de 2,2 pontos percentuais. O mesmo ocorre com o candidato tucano, que oscila negativamente além da margem de erro. No dia 1º, Dilma tinha 51% e Serra 25%.

A candidata Marina Silva (PV), terceira colocada, apresentou novamente 8% das intenções de voto –mesmo percentual da última pesquisa. Brancos e nulos são 4%, indecisos somam 10%, mesmo índice do levantamento do dia anterior, e os outros candidatos têm 1%.

A pesquisa, publicada diariamente pelo iG, ouve novos 500 eleitores a cada dia. A amostra é totalmente renovada a cada quatro dias, quando são totalizados 2.000 entrevistados.

Na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato não é apresentado ao entrevistado, Dilma ocilou positivamente um ponto e tem 44%, Serra por sua vez oscilou negativamente e marca 17%, dois pontos a menos que a sondagem anterior, e Marina Silva 6%.

A petista apresentou melhora em todas as regiões do País e segue na liderança. Já Serra, oscilou negativamente em todas as regiões. Dilma tem seu melhor desempenho na região Nordeste, onde soma 71% dos votos contra 15% de Serra e 5% de Marina.

Eleição no Brasil provoca 'febre Dilma' na Bulgária


VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SÓFIA


A Bulgária vive uma "febre Dilma". Jornais, revistas e televisões acompanham o dia a dia da campanha no Brasil, e muitos jornalistas já estão de malas prontas para cobrir in loco a possível eleição de uma "búlgara para presidir a sétima maior economia do mundo".

Se o Quênia festejou a vitória de Barack Obama, que tem pai queniano, a Bulgária quer festejar a de Dilma, que tem pai búlgaro.

Somos um país muito pequeno, e a possibilidade de alguém que teve um pai búlgaro ocupar um cargo tão importante nos deixa emocionados", afirma Jorge Nalbantov, apresentador da TV7, que viajará ao Brasil para fazer a cobertura da eleição presidencial.

A Bulgária tem cerca de 7,5 milhões de habitantes, população que vem caindo devido à migração e à baixa taxa de natalidade (1,4 filho por mulher, em média). Há dez anos, eram 8,1 milhões de habitantes.

Dilma é descrita pelos meios de comunicação como "dama de ferro", "Margaret Thatcher brasileira" e "toda-poderosa do governo Lula". Algumas vezes foi chamada erroneamente de "primeira-ministra do Brasil".

Certas reportagens citam sua participação em grupos da luta armada e no roubo, em julho de 1969, do "cofre do Adhemar", que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo e que era guardado no Rio. Essa operação foi organizada pela VAR-Palmares, na qual a ex-ministra militou, mas ela nega ter participado do roubo.

Na última quinta-feira, um dos principais jornais de Sófia, o "Trud" (algo como o trabalhador), dedicou duas páginas inteiras à ex-ministra e suas raízes búlgaras.

ABRAÇOS À BULGÁRIA

No sábado, o mesmo jornal trouxe mais uma grande reportagem com o título: "Dilma Rousseff: Quero Mandar Abraços para a Bulgária". Era baseada numa resposta dada pela candidata após entrevista no SBT.

Segundo o "Trud", Dilma disse que ir à Bulgária é uma de suas prioridades e que desejava mandar uma abraço a todos os búlgaros.

Alguns jornais e programas de televisão dizem que ela é búlgara, apesar de a candidata nunca ter ido ao país e de não falar búlgaro.

Já foram publicados títulos como: "Uma búlgara pode ser presidente do Brasil".

"Eu tento explicar para os jornalistas que ela não é búlgara, assim como não sou polonês", afirma Paulo Américo Wolowski, embaixador do Brasil em Sófia e que viu explodir o interesse da mídia local pelo Brasil.

EM BUSCA DE HERÓIS

Para Rumen Stoyanov, professor de literatura da Universidade de Sófia, a Bulgária sente falta de figuras ilustres.

"Nós precisamos de heróis. Somos um povo pequeno, que está diminuindo porque o búlgaro não quer ter filho. Por isso, é importante que ressaltemos o exemplo de alguém com sangue búlgaro com destaque fora do país", afirma Stoyanov.

Dilma não é a primeira "semi-búlgara" a ser festejada na Bulgária. Entre os heróis nacionais está John Vincent Atanasoff, considerado o inventor do computador digital. Ele nasceu e viveu a vida toda nos EUA. Mas tinha, claro, um pai búlgaro.

domingo, 5 de setembro de 2010

Eduardo Campos acredita numa união com o PSDB


Ana Carolina Dias, iG Pernambuco
Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, governador-candidato, se propõe a unir o PSDB e o governo da presidenciável Dilma

O governador Eduardo Campos surpreendeu, ao anunciar hoje, que pretende construir uma relação com o PSDB, com vistas a unir os tucanos a um possível governo Dilma. Mesmo o partido tucano sendo o maior opositor do PT, a junção das legendas ajudará a garantir uma melhor governabilidade para Dilma. ‘Temos disposição de abrir canais com todos os candidatos do PSDB que apoiamos nos Estados’, garantiu ele completando que a decisão de fazer alianças com antigos adversários é uma pretensão da própria presidenciável.

Essas mudanças ocorreriam por conta das alianças construídas em vários Estados entre as duas legendas (PT-PMDB), acredita Campos. Segundo o governador, favorito nas pesquisas de intenção de votos, a intenção do PSB é procurar outras lideranças do PSDB nacional, como exemplo Teotônio Vilela (AL) e Beto Richa (PR). Outros, como os candidatos Cássio Cunha Lima (PB) e Arthur Virgílio (AM), também estão cotados.

Virgílio, em especial, foi um grande opositor de Lula no Senado e, desde o começo da campanha, adotou uma postura mais leve. ''Ele tem o nosso apoio e já está mudando de postura. A vida é um ciclo'', afirmou o governador, completando que o parlamentar deixou o cunho radical de lado.

A união do PSDB com o PSB já vinha sendo tratada por Ciro Gomes e Aécio Neves no período pré-campanha eleitoral, mas acabou não sendo levado adiante pelo interesse dos partidos na eleição de 2010

Mercadante sobe e reduz vantagem de Alckmin em SP, mostra Datafolha


BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O candidato Aloizio Mercadante (PT) reduziu em oito pontos a vantagem de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo governo de São Paulo. Mesmo assim, o tucano ainda lidera com folga e venceria no primeiro turno, se a eleição fosse hoje.

Segundo o Datafolha, Mercadante subiu quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, divulgada há uma semana, e aparece agora com 24% das intenções de voto. Alckmin caiu quatro pontos e tem 50%.

A diferença entre os dois diminuiu de 34 para 26 pontos, a menor margem desde o início da campanha.

Uma semana de ataques: Serra perde ponto no Datafolha e no Vox


por Luiz Carlos Azenha

Pelo tracking do Vox Populi, desde que começou a medição, José Serra perdeu um ponto e Dilma Rousseff avançou um:

Pelo Ibope, uma semana de ataques de Serra rendeu ao tucano avanço zero:

Dilma mantém vantagem sobre Serra e venceria no 1º turno, aponta Ibope

Petista tem 51% das intenções de voto (59% dos votos válidos) contra 27% do tucano; Marina tem 8%

03 de setembro de 2010 | 20h 11

Jair Stangler/SÃO PAULO – Estadão.com.br

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, manteve a vantagem de 24 pontos sobre o tucano José Serra apontada na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo feita entre os dias 24 e 26 de agosto. Segundo a nova pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, feita entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro, a petista tem 51% das intenções de voto (59% dos votos válidos) contra 27% do tucan

Marina Silva (PV) aparece oscilou de 7% para 8%. Os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somam 6% e indecisos são 7%.

Na espontânea – quando o eleitor responde sem que sejam apresentados os candidatos -, Dilma registra 43% contra 20% de Serra. Marina tem 5% e outros somam 2%. Neste cenário, brancos e nulos são 5% e os indecisos somam 24%.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 55% dos votos e Serra, 33%. Brancos e nulos somam 6% neste cenários e 5% estão indecisos.

Rejeição. Entre os três principais candidatos à Presidência, Serra tem a maior rejeição. 26% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum no tucano. 19% rejeitam Dilma e 15% rejeitam Marina. 10% disseram que poderiam votar em todos e 19% não souberam responder.

Aprovação. O governo do presidente é considerado ótimo ou bom por 77% dos brasileiros. A gestão Lula é regular para 18% e ruim ou péssima para 4%. A aprovação pessoal de Lula chega a 85%, enquanto 11% desaprovam o presidente. A nota média para o goveno Lula é 7,9.

Foram realizadas 3010 entrevistas em 204 municípios. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 27597/2010.

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04/09/2010 – 03h00
Dilma tem 50% e Serra 28%, aponta Datafolha

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem em todo o país mostra estabilidade no quadro eleitoral: Dilma Rousseff (PT) oscilou de 49% para 50% em uma semana, e José Serra, que estava com 29%, tem 28%. Marina Silva (PV) está com 10%, contra 9% da semana anterior.

É a primeira vez desde o início do horário eleitoral que não há grandes mudanças no quadro da disputa presidencial. As pequenas oscilações foram todas dentro da margem de erro (de dois pontos percentuais).

Os que pretendem votar em branco, nulo ou nenhum são 4%. E 7% estão indecisos. Candidatos de partidos pequenos não chegam a 1%.

Em capitais e regiões metropolitanas ocorre o melhor desempenho de Marina Silva. Ela chega a 14%, contra 27% de Serra e 47% de Dilma.

Se a eleição fosse hoje, pelo Datafolha, a candidata do PT venceria no primeiro turno. Teria mais de 50% dos votos válidos –os dados apenas aos candidatos, descontados os brancos e os nulos.

Nessa conta de votos válidos, Dilma tem 56%. Serra tem 32%. Marina vai a 11%. Os percentuais são semelhantes aos da semana passada: 55%, 33% e 10%.

Num eventual segundo turno, a petista também venceria o tucano por 56% a 36% dos votos. Haveria 5% votando em branco, nulo ou nenhum e 4% ainda indecisos.

Na pesquisa espontânea, quando os entrevistados falam em quem desejam votar sem ver uma lista de nomes, Dilma marcou 38% contra 35% na semana passada, indicando que sua tendência de alta continua.

Serra oscilou apenas dentro da margem de erro na sondagem espontânea, indo de 18% para 19%. Marina saiu de 5% e foi a 6%.

Há outros dois indicadores relevantes que foram positivos para Dilma: a taxa de rejeição dos candidatos e a percepção de vitória por parte do eleitorado. A petista é rejeitada por 21% dos eleitores. Tinha 19% na semana passada.

Já Serra, era rejeitado por 24% em julho. Foi a 28% no começo de agosto. Agora, 31% dizem que não votariam no tucano de jeito nenhum.

Marina Silva é rejeitada por 17% –tinha 16% na semana passada.

Quando o Datafolha pergunta quem o eleitor acredita que vai vencer a eleição presidencial de 3 de outubro, Dilma continua sendo a escolhida pela maioria. Hoje, 69% dizem que a petista vai ganhar. Na semana passada, o percentual era de 63%.

Só 15% acham que Serra será o vencedor –pouco mais da metade dos que declaram voto no tucano. No caso de Marina Silva, 1% acredita na sua vitória.

Segundo o Datafolha, 51% declararam ter assistido os programas do horário eleitoral –contra 39% na semana anterior. Isso significa que muitos eleitores tomaram conhecimento dos fatos dos últimos dias, inclusive do vazamento de dados fiscais sigilosos da Receita Federal.

A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 3 de setembro, com 4.314 eleitores em 203 cidades. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com número 27.903/2010.

sábado, 4 de setembro de 2010

Entrevista:FHC: um pote até aqui de mágoas


Revista Isto é
Alijado da campanha tucana, que prefere usar a imagem de Lula à dele, o ex-presidente deixa claro ao partido que está insatisfeito e ataca os marqueteiros de José Serra
Yan Boechat

Já passava das quatro da tarde, na quarta-feira 1º, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se deu conta de que estava prestes a perder o voo que o levaria para a Alemanha no início daquela noite. Correu até o escritório que mantém em seu amplo apartamento no bairro de Higienópolis, desligou o computador, colocou um moderno iPad numa pasta e deu um conselho brincalhão às duas empregadas que o servem: “Estou indo, cuidem de tudo aí e não vão comer toda a comida”, disse, num chiste de tom quase paternal. Naquele mesmo momento, tucanos de todas as plumagens alvoroçavam-se Brasil afora, revendo estratégias de uma campanha presidencial que eleva o tom a cada dia. No entanto, Fernando Henrique, o nome mais importante do partido, estava alheio a toda esta movimentação. Na verdade, estava pouco se importando com o que ocorria nos comitês eleitorais. “Vou para a Alemanha participar de um encontro de líderes políticos europeus. Não vou ficar me acotovelando no meu partido”, disse o ex-presidente numa entrevista exclusiva e esclarecedora dada à ISTOÉ pouco antes de sair de casa rumo ao aeroporto.

Naquela tarde FHC abandonou a campanha à Presidência de seu ex-ministro da Saúde. Pode não ter sido definitivo, mas, sem dúvida, tratou-se de um abandono simbólico. O fato de o único ex-presidente tucano deixar a batalha eleitoral em sua reta final para tratar de assuntos particulares no Exterior expõe duas verdades inconvenientes ao PSDB. A primeira é de que o partido desistiu de atrelar a imagem de Serra à de FHC, afastando da propaganda eleitoral sua mais graduada estrela. A segunda constatação é de que FHC está magoado com essa situação. “Ele diz que entende, mas não sei no seu íntimo o que se passa. Toda vez que tocamos nesse assunto ele se fechou, preferiu não entrar nessa conversa”, diz um dos assessores mais próximos do ex-presidente nos tempos de Planalto.
Nos bastidores do partido, porém, dois dias antes de embarcar para a Alemanha, FHC cedeu às mágoas que se acumulam desde a primeira campanha de José Serra à Presidência da República, em 2002. Diante de um grupo de deputados federais do PSDB e do DEM que, como ele, discordam dos rumos da campanha tucana, desabafou: “Estou muito magoado porque o País mudou em nosso governo e agora o Serra faz uma campanha escondendo que quem mudou o Brasil fomos nós.” O grupo de parlamentares havia ido ao apartamento de Higienópolis tentar convencer FHC a exigir um papel mais ativo na disputa à Presidência. Queriam que ele colocasse na mesa sua estatura política e forçasse Serra a aceitar a estratégia de defender que seus oito anos de governo foram o alicerce para as conquistas do governo Lula. Os pedidos foram em vão. “Não vou insistir”, disse Fernando Henrique, encerrando o assunto. “Não há mais espaço para discutir isso, ele está chateado”, admitiu um dos deputados presentes ao encontro.

Um dos principais líderes do PSDB paulista conta que o ponto crucial da irritação de FHC foi a posição dos marqueteiros da campanha de Serra que compararam sua popularidade decrescente no final do mandato aos altos índices de aprovação do presidente Lula, para concluírem que o uso de sua imagem tiraria votos de Serra. Na entrevista à ISTOÉ, FHC desdenhou este tipo de pesquisa. “Sempre depende de como elas são feitas”, comentou. Na verdade, até o momento o ex-presidente pediu votos apenas para dois candidatos ao Senado: Aloysio Nunes (PSDB), em São Paulo, e Marcelo Cerqueira (PPS), no Rio. E ambos subiram nas sondagens depois do apoio. Em Minas Gerais, o ex-presidente Itamar Franco tem pautado sua campanha no Plano Real e já estaria eleito se o pleito terminasse agora.

No PSDB o tema FHC tornou-se tabu. São poucos os grão-tucanos que aceitam falar abertamente sobre seu abandono pelo partido. Uma das exceções é o senador Álvaro Dias, que chegou a ser o candidato a vice de Serra por algumas horas. “Fernando Henrique tem bons motivos para estar magoado, chateado e triste, mas sei que ele é superior a tudo isso”, afirmou. Já nos partidos aliados o descontentamento sobre a forma de tratamento dado ao ex-presidente é mais explícito. “O Fernando Henrique tem razão para estar chateado. O governo dele simplesmente não foi citado na campanha de seu próprio partido”, diz o candidato ao Senado pelo DEM do Rio de Janeiro, Cesar Maia. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, é mais enfático: “Infelizmente o Serra caiu nesse conto de que usar FHC seria ruim para a campanha. Errou feio.”

FHC volta da Alemanha na quarta-feira 8. Passa alguns dias em São Paulo e logo em seguida vai para a Bahia, participar de seminários. Mesmo se Serra conseguir passar para o segundo turno ele não poderá comemorar o feito com o amigo de longa data. No início de outubro FHC embarca novamente para o Exterior, desta vez para a Colômbia, onde participará de um encontro com 300 empresários brasileiros, do grupo Lide, de João Doria Jr., com a presença também do presidente colombiano. FHC falará sobre a cena política e econômica do Brasil. Será a volta dele aos grandes salões já com o primeiro turno definido. Na ocasião, poderá provar se tinha ou não razão ao criticar a campanha de Serra. “Tenho fama de pão-duro, mas a verdade é que me acostumei a viver com pouco dinheiro. Esses compromissos fazem parte do meu trabalho atual”, diz ele, tentando explicar as razões pelas quais está deixando o País em um momento tão importante na corrida eleitoral.

“Eu mudei o Brasil e este legado não está aparecendo”

ISTOÉ – O sr. está satisfeito com a campanha do PSDB?
FHC – Qualquer coisa que eu diga agora vai ser tomada como crítica à campanha. É uma posição muito incômoda para mim. Fui presidente por oito anos e não me cabe ficar estilhaçando os outros na campanha. Cada um faz o seu. Só depois dos resultados efetivos é que a gente pode dizer o que foi certo e o que foi errado. Hoje se tem a visão do marquetismo. E acho que uma sociedade como a nossa já está um pouco cansada de marquetismo. Vivemos uma época de marquetismo exagerado e é preciso voltar ao nervo político. É importante se tentar algo diferente.

ISTOÉ – O quê, por exemplo?
FHC – O que é política? É você ter convicções e tentar fazer com que os outros tenham as mesmas que você. Veja o que aconteceu no caso do Obama. Quem tinha os recursos, a máquina toda, era a Hillary, mas ele sintonizou com o país em dado momento. O Lula também está sintonizado neste momento.

ISTOÉ – E o que Serra pode fazer para sintonizar com o País?
FHC – A campanha de Serra não está sintonizada com o País, mas ele tem condições de mudar isto. É uma coisa muito pessoal, mas eu acho que o ator conta muito. Passa muito pela pessoa, pelo ator. Esta semana ele apareceu em tevê nacional (no “Jornal da Globo”) e falou com as pessoas. Se eu fosse o Serra só faria aquilo, não ficaria esperando debates. Qualquer campanha tem que ser de conversa com o País. Eu sempre conversei, o Lula também, cada um do seu jeito. Serra é um homem inteligente, preparado. Ele sabe se expressar de maneira direta, mas não está conseguindo fazer isso.

ISTOÉ – Serra não está se comunicando com o povo?
FHC – Mas eu não quero colocar toda a responsabilidade nele. É de todo mundo. É preciso mais tenacidade, motivação. Serra é professor, sabe falar de maneira clara. Há mil modos de se comunicar com o povo.

ISTOÉ – Qual é a receita?
FHC – Não há, mas nesse tipo de situação, a meu ver, você tem que convencer, ser espontâneo, fazer graça e ser contundente também. Tem que misturar tudo isto e mostrar que tem garra.

“A sociedade está cansada de marquetismo.
É importante buscar contato com o povo”


ISTOÉ – A marquetagem está atrapalhando?
FHC – Atrapalha. O povo não te pega. Por exemplo, eles fizeram o Lula ficar calado um ano, no início do governo, para não dizer bobagem. Quando o Lula começou a falar, ele ganhou. Estamos fazendo campanhas engessadas, porque a maior preocupação no campo de batalha é a couraça. Se você conseguir quebrar isso, muda o jogo.

ISTOÉ – O sr. já falou isto para o Serra?
FHC – Lógico que já falei. Falo com ele por e-mail principalmente. Eu acho que ele concorda. O problema é que, quando você está em campanha, é muita sugestão, muita pressão, muita responsabilidade. Você não tem liberdade. Agora, é possível mudar. Não há uma onda petista. Há uma onda lulista. Em governo de Estado o PT não está crescendo em nenhum lugar. Acho que nesse momento entra a vontade. Ou você entra com vontade ou não faz nada. Você tem que ter decisão, vontade de lutar.

ISTOÉ – O sr. está magoado por não ser citado na campanha de seu partido?
FHC – Quando deixei o governo eu disse que não ia mais fazer política partidária. A decisão foi minha. Não tem cabimento eu ficar me acotovelando no meu partido com outros políticos. Eu não sou caudilho, não sou personalista e nunca aceitei esse tipo de papel. A razão de eu não estar mais na campanha é que eu não quero. Se quisesse, tinha batido na mesa.

ISTOÉ – Não o incomoda ver o candidato José Serra usar a imagem de Lula em vez da sua na campanha?
FHC – Pessoalmente não, mas precisa ver politicamente o que isso significa.

ISTOÉ – O sr. está satisfeito com a forma com que seu legado tem sido tratado nesta eleição?
FHC – Eu sei o que fiz e posso dizer com orgulho: eu mudei o Brasil. Este legado não está aparecendo, mas vai aparecer. Legado pertence à história. É angustiante o problema do político que tem visão de Estado, porque o julgamento que interessa ele não vai ver. Olha o jeito como Getúlio e Juscelino saíram do governo e a maneira com que foram julgados depois. Quem faz campanha está pensando no hoje e o julgamento que me interessa não é este, é o da história.

ISTOÉ – Lula não acaba se aproveitando deste legado, ao contrário do que faz o PSDB?
FHC – Eu acho que presidentes devem pôr limites, sair das campanhas. Tenho uma visão diferente da do Lula, que não quer sair da campanha. O que o Lula está fazendo nunca se viu em nenhum lugar. O presidente virar guerrilheiro? Isso não pode, porque junto ele traz o círculo de poder. É abuso de poder político. Eu tenho uma visão mais republicana.

ISTOÉ – O sr. está pessimista com o Brasil?
FHC – Acho que economicamente o Brasil tem motores muito poderosos. O Brasil engatou com o mundo e isso começa de longe. A primeira dívida real que temos nesse ponto é com o Collor. Depois nós reorganizamos o Estado brasileiro. E ainda dizem que eu sou neoliberal... Isso me chateia.

ISTOÉ – E qual a parcela do governo Lula?
FHC – Depois que estabilizamos a moeda ele pôde acelerar as políticas sociais, que são as mesmas do nosso governo. Uma das virtudes do governo Lula é que ele se dirigiu muito mais ao povo e o povo sentiu mais a política.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Blog divulga os Campeões de votos em Garanhuns.


Na foto: Governador Eduardo Campos e Zé da Luz

Definitivamente aos poucos Garanhuns vai se tornando a cidade do estado de Pernambuco com maior numero de blogs ativos do interior. Recentemente foi ao ar mais um blog de noticias politicas, o blog do Simão Silva (Radialista, narrador esportivo, diagramador e colaborador de vários jornais de Garanhuns e região e atual assessor de imprensa da Câmara de Vereadores de Garanhuns), portanto um blogueiro por dentro dos assuntos do cotidiano politico da terrinha. Pegando carona no novo blog replico aqui 02 posts que foram divulgados no dia de hoje no blog do Simão. Leiam:

Campeões de votos em Garanhuns

Ao se confirmar a pesquisa da "Boca Miuda" e dos centenas de cientistas políticos de Garanhuns, os candidtos mais votados no municipio em 3 de outbro serão os seguintes: governador - Eduardo Campos -PSB; senador - Humberto Costa-PT; dep. federal - Ana Arraes-PSB e deputado estadual - Zé da Luz-PHS. Segundo os boatos Zé da Luz, apesar do vai não vai, sairá de Garanhuns com cerca de 18 mil votos, pela ordem o segundo mais votado será o dep. Izaías Régis com cerca de 8 mil votos, Léo Dias e Sivaldo Albino 6 mil votos cada. Os demais candidatos não devem chegar aos dois mil votos.

Izaias tem sua reeleição ameaçada


Deu no Blog do Simão: http://blogdosimaosilva.blogspot.com/

BOATOS

A reeleiçao do deputado Izais Régis (FOTO) estará seriamente ameaçada caso Zé da Luz continue candidato. Segundo boatos o ex-prefeito de Caetés tem hoje, em Garanhuns, cerca de 18 mil votos e que o PTBista não chegaria a 8 mil o que o forçaria a conseguir no estado algo em torno de 35 mil sufrágios para continuar na Assembléia Lgislativa já que sua legenda gira em torno dos 40 mil votos. Outros boatos e que o governador estaria investindo em Zé da Luz visto que a deputada Ana Arraes faz dobradinha com o ex-prefeito de Caetés e com a votação do candidato do PHS ela seria majoritária em Garanhuns, sonho de Eduardo Campos. Outra versão é que o governador estaria se vingando das declarações de Izaías, que apoiava Humberto Costa na eleição passada e que teria desagradado o atual governador em discursos proferidos, em Garanhuns, naquela campanha.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Caso do sigilo foi “fogo amigo”?



O Blog do jornalista Renato Rovai, editor da revista Forum, publicou hoje um post interessante que levanta a hipótese de que a quebra de sigilo de pessoas próximas a Serra tenha se dado por fogo amigo tucano.

Quando o sigilo da filha de Serra foi quebrado, em setembro de 2009, a disputa entre Serra e Aécio pela indicação do PSDB à Presidência estava no auge. E alguns fatos suspeitos teriam acontecido no período.

O jornal Estado de Minas estaria preparando material jornalístico contra Serra e o tucano paulista teria tomado conhecimento disso. No início de novembro, a coluna de Joyce Pascowich, na Folha de S.Paulo, publica que um político teria agredido a namorada e o jornalista Juca Kfouri escreve que foi Aécio.

Em 18 de dezembro, Aécio desiste da disputa.

“Esta poderia ser uma linha de apuração para a quebra de sigilo da filha de Serra em setembro de 2009, auge da disputa entre Serra e Aécio”, sugere Rovai, que ainda levanta uma pergunta procendente:

“Se é caso de aparelhamento de Estado, por que o PT contratou um contador maluco com uma procuração falsa para ter os dados de Verônica Serra? Não seria mais fácil pedir para alguém de confiança da Receita fazer o serviço?

TSE manda golpismo de Serra pro arquivo



O site G1 anunciou hoje que o Ministro Aldir Passarinho, corregedor eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), arquivou nesta quinta-feira a ação em que a coligação liderada pelo PSDB à disputa presidencial pedia a cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência.

O ministro disse que não há provas de que a quebra de sigilos fiscais de tucanos tenha beneficiado a candidatura de Dilma Rousseff, e também que não existem evidências de que o caso tenha provocado danos ao equilíbrio da disputa eleitoral.

Passarinho concluiu pelo óbvio: “o caso trata-se de uma questão de cunho penal comum , que deve ser apurada por vias próprias”, o que, segundo ele, está sendo feito inclusive com a participação do Ministério Público Federal.

A ação de Serra e dos tucanos não tinha o menor fundamento jurídico. Destinou-se, apenas, a criar tumulto político e a suposição de que Dilma poderia vir a ser afastada da disputa eleitoral.

Ou seja, golpismo.

PF prende 28 envolvidos em esquema de corrupção no Mato Grosso do Sul


Do G1

A Polícia Federal (PF) divulgou detalhes do suposto esquema de corrupção em Dourados (MS) que resultou na prisão de 28 pessoas durante a Operação Uragano. O secretário de Governo da prefeitura, Eleandro Passaia, foi o delator do esquema e, segundo a PF, era o responsável pelos pagamentos de propina no governo municipal. Entre os presos, está o prefeito da cidade, o vice-prefeito, nove vereadores, além de outros políticos da cidade.

Eleandro Passaia foi secretário de Comunicação da prefeitura de janeiro de 2009 até maior de 2010, quando se tornou secretário de Governo. Por telefone, ele afirmou que, durante a troca de função, recebeu o convite para participar do esquema de corrupção. “O prefeito falou que teria que articular com os vereadores e empresários. Achei que seria como fazia com a imprensa. Só quando eu assumi que ele [prefeito] me contou detalhes: agora, como secretário de governo [...] você é responsável por fazer acerto com as empresas e pagar os vereadores”, contou o delator do esquema ao G1.

Segundo secretário, ele recebeu uma oferta de até R$ 100 mil para participar do esquema. “Eles me ofereceram de R$ 70 mil a R$ 100 mil por mês para fazer parte do esquema. Ao invés disso, eu fui até a polícia denunciar o esquema”.

Passaia denunciou o esquema à PF, que abriu investigação em maio. Depois disso, em junho, o assessor gravou o momento em que fazia os pagamentos para os políticos. Os vídeos foram entregues à PF, que nesta quarta-feira (1º) cumpriu os mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e pela 1ª Vara Criminal de Dourados. “Essa investigação durou quatro meses. [...] Agora continuo no cargo de secretário, mas irei pedir para sair”, completa Passaia.

O esquema
De acordo com a PF, o esquema é semelhante ao “mensalão”, pois consistia em pagar os vereadores da situação e da oposição propina para impedir que a CPI que investigava o prefeito, suposto “chefe” do esquema, fosse concluída. Além disso, as licitações seriam direcionadas para empresas que financiavam as propinas mensais, compras de bens pessoais do prefeito e campanhas eleitorais. "Os acordos fechados com as empresas escolhidas ilicitamente rendiam 10% do valor do contrato. Os valores arrecadados serviam para o pagamento de diversos vereadores de Dourados (da situação e da oposição), para caixa de campanha e compra de bens pessoais do prefeito", informou a polícia em nota.

Os detidos
Entre as prisões realizadas nesta quarta (1º) estão: o prefeito, a primeira-dama, o vice-prefeito, o presidente da Câmara, mais nove vereadores, o advogado geral do município, mais quatro secretários municipais, assessor do prefeito, o diretor de departamento de licitações, gestor de compras da prefeitura, e empresários da região. As prisões são temporárias com duração de cinco dias e pode ser prorrogadas para mais cinco dias. A PF completou que os acusados podem responder por fraude à licitação, corrupção ativa e formação de quadrilha. A investigação é comandada pelo delegado Bráulio César Galoni chefen da delegacia da policia federal em Dourados (MS). O advogado lembrou em entrevista coletiva nesta quarta (1º) que ainda há um mandado de prisão a ser cumprido. De acordo com a PF, é um empresário, cujo nome não pode ser divulgado, por enquanto.

Ao PF ainda não soube estimar o volume financeiro envolvido no esquema. No momento da apreensão, foram encontrados cerca de R$ 150 mil reais em espécie na casa do prefeito. Os depoimentos começaram a ser colhidos nesta quarta (1º) e devem ser concluídos até o final da semana. O procurador jurídico da câmara dos vereadores, Ailton Stropa, a partir do momento em que tomou conhecimento das prisões dos vereadores, foi até a Polícia Federal para acompanhar e analisar o caso. “Todos [vereadores] com quem conversei negaram as acusações”, afirmou o procurador ao G1. Ele prestou um “atendimento emergencial”, agora cada preso deve ser atendido por advogados.

A assessoria da Câmara dos Vereadores afirmou ao G1 que irá aguardar os rumos da investigação para tomar as providências cabíveis, já que, dos 12 vereadores da cidade, nove estão entre os presos. Além disso, outros dois foram convocados para prestar depoimento da PF. Ainda segundo a assessoria, nenhum outro funcionário da Câmara foi preso. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que irá divulgar uma nota para a imprensa na quinta-feira (2) e não na quarta-feira (1º), como havia dito anteriormente.

Blog da Transparencia: Já em Garanhuns, o prefeito Luiz Carlos de Oliveira investigado no escândalo da ponte, falou em entrevista de rádio que todos os envolvidos na fraude que resultou na CPI da Ponte do Rio Baraunas são INOCENTES. Incluido ele, sua filha,e secretários. Disse ainda que, todos são vitimas de uma ARMAÇÃO. Dá para acreditar? Garanhuns parece não ter jeito mesmo. Com a palavra os amigos vereadores de Garanhuns.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Depois da Confusão: Izaías Régis aposta o mandato como ''Zé da Luz'' não será candidato a estadual


Escrito por Inaldo Sampaio

O deputado Izaías Régis (PTB) disse hoje ao blog estar “absolutamente convencido” de que o ex-prefeito de Caetés e seu adversário político em Garanhuns, Zé da Luz (PHS), não será candidato a deputado estadual.

“Ele já perdeu duas no TRE, que o considerou inelegível com base na lei da ‘ficha limpa’. E ainda pode, em tese, recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, mas sabe que é perda de tempo. Como tem uma prestação de contas (de 2004) rejeitada pela Câmara de Caetés, será declarado inelegível. Disso estou tranqüilo e aposto até o meu mandato como ele não poderá ser candidato”, disse o deputado petebista.

Na eleição municipal de 2008, Zé da Luz candidatou-se a prefeito de Garanhuns pelo PSB e ficou em 2º lugar. Posteriormente migrou para o PHS para ser candidato a deputado estadual, fazendo dobradinha com Ana Arraes (PSB).

...

Eleição 2010: Violência em Garanhuns





Deu no Blog Agenda Garanhuns

O clima parece ter começado a esquentar de vez na campanha política em Garanhuns. Por volta das 10 horas de hoje, um carro de som da campanha de Zé da Luz foi interceptado por uma caminhonete Frontier, de placas KIO 2171, nas imediações do AJOC, na Cohab 1.

Dois homens desceram do veículo e um deles mostrou uma arma na cintura ao motorista do carro de som. Eles queriam um CD que estava sendo utilizado para fazer a propaganda, e como o motorista se recusou a entregar, foi retirado à força de dentro do veículo.

Os homens o obrigaram a retirar o CD, e foram embora. O motorista informou a situação a coordenação da campanha, que orientou o condutor a retornar ao comitê central. Enquanto ele estava no Hospital Regional Dom Moura, o mesmo carro de som, que já estava sendo conduzido por outro motorista, foi interceptado por dois motoqueiros na avenida Caruaru. Os infratores sacaram facas peixeiras e cortaram um pneu do carro de som, impedindo que ele seguisse o roteiro determinado.

Ao chegar na delegacia, o motorista que foi agredido, reconheceu o homem que lhe mostrou uma arma de fogo e o retirou à força do carro de som. Trata-se de um soldado da Polícia Militar de Pernambuco, que é lotado no 9º BPM. Ele compareceu à delegacia para prestar queixa contra a campanha de Zé da Luz, por difamação, por causa do que era dito no carro de som. O policial estava acompanhado do motorista particular do deputado Izaías Régis e do empresário Roberto Ivo, um dos mais fiéis aliados do deputado petebista.

O caso agora está na mesa do delegado Paulo Geraldo, que deverá tomar as medidas cabíveis.

CURIOSIDADE – O CD que foi o alvo da fúria dos partidários de Izaías, procurava mostrar ao povo de Garanhuns que o tempo de fazer política com violência acabou. O material tem inclusive uma fala do deputado Izaías, chamando os adversários para a briga. “Venham do jeito que quiserem. Venham na tapa, no tiro, na faca, venham do jeito que quiserem”, gritava o deputado durante uma entrevista a uma emissora de rádio de Garanhuns.

Para o advogado Nilton Ayres, que defende os motoristas de Zé da Luz, pelo menos três crimes foram cometidos: roubo (porque o CD foi levado sem autorização), grave ameaça (com uso de arma de fogo) e lesão corporal, como mostra o laudo pericial, assinado inclusive pelo médico Luiz Adriano, que é filho do prefeito Luiz Carlos, um dos maiores cabos eleitorais de Izaías Régis em Garanhuns.
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Foto 1: os motoristas prestam depoimento na Delagacia
Foto 2: um dos motoristas mostra os hematomas causados devido à agressão
Foto 3: um dos pneus do carro de som cortado

Ficha Limpa:TSE libera candidatura de Sarney Filho


Da Folha.com

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) arquivou recurso do Ministério Público Eleitoral contra ato do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão que deferiu pedido de registro de candidatura a Sarney Filho (PV-MA), ao cargo de deputado federal nas eleições de 2010. A decisão foi tomada pelo ministro Hamilton Carvalhido.

A Procuradoria defendia a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa contra o candidato, que tenta a reeleição. Carvalhildo verificou que Sarney Filho foi condenado em 2006 por ter veiculado propaganda eleitoral, via internet, no site oficial do município de Pinheiro (MA).

Apesar disso, a única sanção aplicada foi uma multa. Por não ter ficado comprovada a "efetiva potencialidade do ato ilícito para influir no resultado do pleito", o TRE-MA não determinou a cassação do diploma. De acordo com o ministro, apenas a imposição de multa não é causa de inelegibilidade.

Os blogs ‘limpos’ de Serra



Recentemente, o candidato cadente José Serra disse que “blogs sujos”, supostamente financiados por dinheiro público repassado a mando do presidente Lula, são usados para atacá-lo. Este post mostra como são “limpos” os blogs do tucano.

O desastre eleitoral de Serra se explica facilmente vendo os blogs que a oposição tucano-pefelê financia. Um dos mais populares é ligado a militares de pijama que dominam a ultra-direita em Santa Catarina.

São blogs que exaltam o candidato tucano à Presidência e que vivem exibindo demonstrações de apreço de políticos do DEM e do PSDB de Santa Catarina. Um deles é um tal de Coturno Soturno, responsável por um dos ataques mais nojentos que já vi.

Desafio qualquer tucano, pefelê ou congênere a apontar baixaria semelhante à que vai a seguir e que tenha sido produzida por algum dos blogs de visibilidade da blogosfera progressista.


Na verdade, é um grande favor que os aliados de Serra fazem à candidatura de Dilma Rousseff ao atacá-la dessa forma.

Homens e mulheres que eventualmente não se enquadrem nos padrões contemporâneos de beleza certamente deverão refletir muito sobre as táticas da direita tucano-pefelê.

Mulheres também serão levadas à reflexão diante da constatação de que homens que não honram as calças que vestem e que as atacam dessa forma usando sua aparência, são aliados de Serra.

Esse é o debate político que a oposição propôs ao país, composto de ataques irracionais, baixos e, acima de tudo, de uma burrice desumana.

Nunca foi tão fácil para o brasileiro escolher um presidente da República – o que, aliás, as pesquisas vêm revelando. Só resta esperar que esse tipo de tática dos blogueiros “limpos” de Serra continue na mesma toada.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Marina faz apelo para que eleitores coloquem 'duas mulheres' no 2º turno das eleições


ARARIPE CASTILHO
ENVIADO ESPECIAL A SERTÃOZINHO


A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, fez um apelo na manhã desta segunda-feira, em Sertãozinho (SP), para que os eleitores coloquem "duas mulheres" no segundo turno das eleições, em referência à própria candidatura e à petista Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas.

"Tudo indica que o povo quer uma mulher no segundo turno. Se é assim, que coloque as duas, para que possam debater em tempos iguais as propostas para o Brasil", disse Marina.

A tática já havia sido usada pela candidata na última sexta-feira em Florianópolis (SC), quando Marina pediu aos eleitores que levem a eleição ao segundo turno e decidam "entre duas mulheres".

Em Sertãozinho, ela também criticou os perfis de Dilma e do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Ela afirmou que ambos são "gerentes", mas que o Brasil precisa de "pessoas com visão estratégica".

Marina participa em Sertãozinho do 12º Fórum Internacional Sobre o Futuro do Álcool, evento que antecede a 18ª Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira), que começa amanhã.

Sobre o setor sucroalcooleiro, a candidata defendeu a certificação do etanol. Ela disse que as reivindicações do setor, como a transformação do etanol em commoditty mundial, são legítimas.

Jarbistas já vêem o PSDB com Eduardo


BRUNA SERRA Especial para a Folha

Ainda que seja im­pos­sí­vel pre­ver o ce­ná­rio que se for­ma­rá ao final dessa dis­pu­ta es­ta­dual, o bloco jar­bis­ta já con­ta­bi­li­za uma baixa. Os par­ti­dos de opo­si­ção, PMDB, PPS e DEM já en­xer­gam o PSDB como uma le­gen­da go­ver­nis­ta. Nos bas­ti­do­res da cam­pa­nha, os tu­ca­nos já estão sendo con­ta­bi­li­za­dos como ad­ver­sá­rios no Estado. Os pri­mei­ros si­nais da tra­ves­sia co­me­ça­ram a apa­re­cer com as dis­si­dên­cias dos pre­fei­tos da le­gen­da, que, sem qual­quer pro­tes­to do alto co­man­do tu­ca­no, co­me­ça­ram a ade­rir ao pa­lan­que do go­ver­na­dor Eduardo Campos (PSB). A opo­si­ção, agora, volta seus olhos para a forma como o tu­ca­na­to local será re­ce­bi­do pelos ­atuais alia­dos do go­ver­no. “Certamente, pela porta dos fun­dos, já que no go­ver­no já exis­tem mui­tos ca­ci­ques”, dis­pa­ra um in­te­gran­te do staff jar­bis­ta. Demo­cratas, pee­me­de­bis­tas e pós-so­cia­lis­tas as­se­gu­ram já ter visto este filme.

“A his­tó­ria se re­pe­te”, afir­ma um de­mo­cra­ta em re­ser­va. Foi tam­bém du­ran­te o se­gun­do man­da­to de Jarbas Vas­con­­celos (PMDB) à fren­te do go­ver­no de Pernam­bu­co que o PSDB de­sem­bar­cou no Palácio do Campos das Princesas, for­ma­do es­pe­cial­men­te por ex-so­cia­lis­tas, que, co­man­da­dos pelo se­na­dor e pre­si­den­te na­cio­nal tu­ca­no, Sérgio Guerra, dei­xa­vam o PSB do ex-go­ver­na­dor Miguel Arraes nos idos de 1998. No grupo fi­gu­ra­vam nomes como o pre­fei­to de Jaboatão, Elias Gomes, e o de­pu­ta­do es­ta­dual Pedro Eurico, que em en­tre­vis­ta ex­clu­si­va à Folha, ontem, clas­si­fi­cou o se­na­dor Jarbas Vasconcelos como “de­sa­gre­ga­dor”. O par­la­men­tar tran­si­tou nas duas ges­tões onde ocu­pou os mes­mos car­gos: líder do go­ver­no na As­sembleia Legislativa.



O ca­mi­nho de volta ao Palácio do Campo das Prin­ce­sas, en­tre­tan­to, pode gerar pro­ble­mas com­ple­xos para o PSDB. Isso por­que al­guns nomes como o da de­pu­ta­da es­ta­dual e can­di­da­ta à ree­lei­ção Terezinha Nunes não devem acei­tar a mu­dan­ça de lado. Elias Gomes, que in­cial­men­te in­te­grou a lista dos ade­sis­tas, tam­bém é um com­pli­ca­dor. “Isso por­que para o ges­tor será di­fi­cil re­po­si­cio­nar-se fren­te ao elei­to­ra­do do mu­ni­cí­pio. Demo­ra, mas deve acon­te­cer. Agora, Terezinha não acei­ta­rá, bem como o go­ver­na­dor, que, com toda cer­te­za, não quer ela no go­ver­no”, ava­lia outro alia­do. “Já está tudo com­bi­na­do entre Eduardo e Sérgio Guerra. Tem de­pu­ta­do go­ver­nis­ta fa­lan­do isso. Até se­cre­ta­ria já está sendo de­mar­ca­da”, adian­tou um par­la­men­tar.

A as­sun­to é con­du­zi­do em re­ser­va por­que no pa­la­que opo­si­cio­nis­ta a aná­li­se é que ex­ter­nar esse en­ten­di­men­to agora po­de­rá cau­sar pre­juí­zos ainda maio­res a cam­pa­nha de Jarbas. “O PSDB está che­gan­do tarde no pa­lan­que do go­ver­no e dei­xan­do pre­ci­pi­ta­da­men­te as bases da opo­si­ção”, as­se­gu­ra um pee­me­de­bis­ta gra­dua­do. A ava­lia­ção geral é de que o maior ad­ver­sá­rio do PSDB den­tro da alian­ça eduar­dis­ta será o PT, e que a mi­gra­ção po­de­rá con­tri­buir para um fu­tu­ro vôo na­cio­nal do go­ver­na­dor.

Pela distensão política no Brasil



A despeito de que ninguém ganhou ou perdeu nada ainda nas eleições deste ano, quero encaminhar uma discussão de caráter absolutamente pós-eleitoral na esperança de que, sendo apresentada agora, volte à pauta assim que vencedores e vencidos já forem conhecidos.

Duvido de que qualquer observador sério, sensato e capaz, sabendo dessa verdadeira guerra que se estabeleceu entre o governo, de um lado, e a oposição e a imprensa do outro discorde de que essa situação tem sido ruim para o país.

Talvez alguma alma abençoada se incumba de apurar quanto tempo, dinheiro e energia o Congresso perdeu com CPIs inúteis, evocadas sob razões estritamente político-partidárias, em uma esperança vã da oposição de que seria possível paralisar o país até que ela retomasse o poder no âmbito de um fracasso político-administrativo do governo de turno.

A sociedade perdeu com a derrubada da CPMF no Congresso por ação daqueles que a criaram e que hoje, na oposição, decidiram dificultar a ação do governo na saúde. Perdeu durante a crise econômica internacional, que foi mais grave do que deveria devido ao alarmismo oposicionista. Perdeu com os problemas de saúde criados pelo alarmismo midiático de oposição sobre epidemias inexistentes…

A lista é longa. E enumerá-la só faz acirrar os ânimos.

Pelo lado do governo, esse também perdeu muito. Vários de seus membros foram defenestrados pela guerra política, dificultando a administração do país e fragilizando a estrutura governamental para exercê-la.

Todavia, oposição e mídia também estão pagando um alto preço pela aventura em que nos meteram a todos. Além de não conseguirem derrotar o governo, o mais provável é que tanto uma quanto a outra terminem o processo eleitoral de 2010 bem menores do que começaram.

Os partidos de oposição, por encolhimento de uma magnitude que chega a preocupar por sugerir a possibilidade de o sistema de pesos e contrapesos necessário a uma democracia desequilibrar-se a um ponto anômalo, com uma oposição desacreditada, debilitada e encolhida além do que deve desejar o cidadão responsável.

A mídia, obviamente que jamais aceitará o fato de que perdeu praticamente toda a credibilidade, ao ponto de estar sendo solenemente ignorada em suas tentativas de guiar a vontade do eleitorado. Foi assim com Lula, primeiro, mas Folhas, Globos, Vejas e Estadões disseram que com Dilma seria diferente. Não foi, o que prova que o descrédito foi generalizado.

Duvido de que essa guerra política esteja beneficiando a alguém. Mesmo com a vitória de Dilma, seu governo terá que enfrentar mais quatro anos de sabotagens, escândalos artificiais, sobressaltos incessantes como tem sido nos últimos anos.

Penso que todos os atores citados precisam se reinventar, reciclarem-se nos seguintes aspectos:

1 – O governo precisa ficar mais atento a aloprados e espertinhos, pois alguns dos fatos denunciados pela mídia e pela oposição realmente existiram, ainda que de forma muito diferente da que disseram.

2 – A oposição precisa desistir de tentar sabotar o governo, de tentar inviabilizá-lo, de tentar fazer o país ir mal e de fazer acusações irresponsáveis para se concentrar em elaborar um projeto legitimamente seu e com ele tentar voltar ao poder.

3 – A mídia, por fim, precisa simplesmente fazer jornalismo e se afastar de grupos políticos. Uma imprensa equilibrada, fiscalizadora, que não poupe ou fustigue facções seria de uma utilidade imensa para a sociedade.

Antes que me chamem de ingênuo, de sonhador ou até de delirante, peço que levem em conta o fato incontestável de que ao fim do processo eleitoral deste ano a oposição midiática terá pago um preço que dificilmente deixará de fazê-la refletir. E, pelo lado petista, já estarão pensando em como será duro governar sob a artilharia dos últimos anos.

Estarão criadas, pois, a condições para que o Brasil entre em uma nova etapa de seu amadurecimento político. Tenho certeza de que a recente manifestação de Dilma Rousseff no sentido de “estender a mão” aos vencidos esteja se baseando nas premissas aqui elencadas.

Eduardo Guimarães

Lula comanda ofensiva por maioria no Senado



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou uma ofensiva na televisão e nos palanques para garantir ampla maioria no Senado para um eventual governo de Dilma Rousseff. Das 54 vagas em disputa, os oposicionistas PSDB, DEM e PPS têm candidatos competitivos em apenas 17, segundo as últimas pesquisas.

Lula e Dilma têm usado o horário eleitoral para disseminar mensagens de apoio a candidatos aliados com chances de tirar do páreo os senadores que, nos últimos anos, derrotaram o governo em votações importantes, como a tentativa de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o imposto do cheque.

O presidente também começou a lançar ataques diretos contra os adversários. Na última sexta-feira, seu alvo foi Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição em Pernambuco.

Até 3 de outubro, o número de oposicionistas com chances nas pesquisas pode cair. Mesmo antes da ofensiva de Lula, alguns dos principais expoentes das bancadas contrárias ao governo enfrentavam dificuldades para se reeleger, em uma campanha na qual a associação ao presidente tem se mostrado decisiva na conquista do eleitorado.

Entre eles, Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, e Heráclito Fortes (DEM) são os mais fragilizados na busca por uma das duas vagas em disputa em seus Estados. Efraim Morais (PB), José Agripino (RN) e Marco Maciel, todos do DEM, também estão sob ameaça da onda governista.

Apesar de não ter estado na linha de frente da oposição nos últimos anos, Maciel foi alvo de um ataque pesado de Lula na última sexta-feira, durante um comício do PT, no Recife.

Sem citar nomes, Lula disse que há candidato que parece estar no Senado 'desde o tempo do Império'. 'Já foi presidente da Câmara, ministro e até vice-presidente da República. O que ele trouxe para Pernambuco?' A seguir, o presidente conclamou o público a votar em Humberto Costa (PT), líder nas pesquisas, e em Armando Monteiro Neto (PTB), que ameaça tirar de Maciel a segunda colocação.

Trunfo. José Agripino, ex-líder do DEM no Senado, se mantém há meses na segunda colocação no Rio Grande do Norte, atrás de Garibaldi Alves (PMDB). Mas a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) está em ascensão e tem como trunfo o apoio de Lula. 'Aqui no Rio Grande do Norte, vote em Wilma de Faria, que está com Dilma', disse o presidente, em vídeo exibido no horário eleitoral na semana passada.

O presidente e Dilma devem ir ao Rio Grande do Norte em setembro, quando subirão ao palanque com Wilma e seu candidato ao governo do Estado, Iberê Ferreira (PSB), que está perdendo para Rosalba Ciarlini (DEM), da chapa de Agripino.

Lula também já apareceu na TV pedindo votos para Vital do Rego Filho (PMDB), conhecido como Vitalzinho, que ameaça a reeleição de Efraim Morais na Paraíba. O líder no Estado é Cássio Cunha Lima (PSDB), cuja candidatura foi impugnada com base na Lei da Ficha Limpa - ele permanece em campanha enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não dá a palavra final.

No Amazonas, onde Lula teve as vitórias mais folgadas em 2002 e 2006 e Dilma tem o quádruplo das intenções de voto do tucano José Serra, Virgílio disputa a segunda vaga para o Senado, já que a primeira deve ficar com o ex-governador Eduardo Braga (PMDB), franco favorito.

Virgílio - que chamou Lula de 'idiota ou corrupto' e se declarou disposto a 'bater na cara' do presidente na época do escândalo do mensalão - está empatado com Vanessa Grazziotin (PC do B), que exibiu na propaganda, no sábado, um vídeo em que Dilma manifesta seu apoio a ela.

No Piauí, Heráclito Fortes é outro que disputa a segunda vaga, já que a primeira deve ficar com o ex-governador Wellington Dias (PT). As últimas pesquisas mostram o senador do DEM em terceiro lugar, atrás de Mão Santa (PSC), que também disputa a reeleição.

Na frente. Os únicos Estados em que oposicionistas estão em situação confortável são Ceará e Goiás. Tasso Jereissati (PSDB-CE) lidera com folga a eleição no Estado que governou entre 1986 e 1990 e entre 1994 e 2002.

Demóstenes Torres (DEM-GO) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) caminham para a reeleição, a menos que o petista Pedro Wilson, ex-prefeito de Goiânia, consiga reverter a desvantagem atual - de cerca de 20 pontos porcentuais, segundo o Ibope.

Até o momento, as pesquisas projetam a vitória de dois oposicionistas em Minas Gerais, mas nenhum com atuação na atual legislatura - o ex-governador Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Itamar Franco (PPS).

Por Daniel Bramatti, estadao.com.br