segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Jarbistas já vêem o PSDB com Eduardo
BRUNA SERRA Especial para a Folha
Ainda que seja impossível prever o cenário que se formará ao final dessa disputa estadual, o bloco jarbista já contabiliza uma baixa. Os partidos de oposição, PMDB, PPS e DEM já enxergam o PSDB como uma legenda governista. Nos bastidores da campanha, os tucanos já estão sendo contabilizados como adversários no Estado. Os primeiros sinais da travessia começaram a aparecer com as dissidências dos prefeitos da legenda, que, sem qualquer protesto do alto comando tucano, começaram a aderir ao palanque do governador Eduardo Campos (PSB). A oposição, agora, volta seus olhos para a forma como o tucanato local será recebido pelos atuais aliados do governo. “Certamente, pela porta dos fundos, já que no governo já existem muitos caciques”, dispara um integrante do staff jarbista. Democratas, peemedebistas e pós-socialistas asseguram já ter visto este filme.
“A história se repete”, afirma um democrata em reserva. Foi também durante o segundo mandato de Jarbas Vasconcelos (PMDB) à frente do governo de Pernambuco que o PSDB desembarcou no Palácio do Campos das Princesas, formado especialmente por ex-socialistas, que, comandados pelo senador e presidente nacional tucano, Sérgio Guerra, deixavam o PSB do ex-governador Miguel Arraes nos idos de 1998. No grupo figuravam nomes como o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, e o deputado estadual Pedro Eurico, que em entrevista exclusiva à Folha, ontem, classificou o senador Jarbas Vasconcelos como “desagregador”. O parlamentar transitou nas duas gestões onde ocupou os mesmos cargos: líder do governo na Assembleia Legislativa.
O caminho de volta ao Palácio do Campo das Princesas, entretanto, pode gerar problemas complexos para o PSDB. Isso porque alguns nomes como o da deputada estadual e candidata à reeleição Terezinha Nunes não devem aceitar a mudança de lado. Elias Gomes, que incialmente integrou a lista dos adesistas, também é um complicador. “Isso porque para o gestor será dificil reposicionar-se frente ao eleitorado do município. Demora, mas deve acontecer. Agora, Terezinha não aceitará, bem como o governador, que, com toda certeza, não quer ela no governo”, avalia outro aliado. “Já está tudo combinado entre Eduardo e Sérgio Guerra. Tem deputado governista falando isso. Até secretaria já está sendo demarcada”, adiantou um parlamentar.
A assunto é conduzido em reserva porque no palaque oposicionista a análise é que externar esse entendimento agora poderá causar prejuízos ainda maiores a campanha de Jarbas. “O PSDB está chegando tarde no palanque do governo e deixando precipitadamente as bases da oposição”, assegura um peemedebista graduado. A avaliação geral é de que o maior adversário do PSDB dentro da aliança eduardista será o PT, e que a migração poderá contribuir para um futuro vôo nacional do governador.
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