sábado, 28 de agosto de 2010
Marina ironiza queda de Serra nas pesquisas e lança apelo por segundo turno
BERNARDO MELLO FRANCO
FLORIANÓPOLIS
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, fez ontem um apelo para que os eleitores levem a eleição ao segundo turno e decidam "entre duas mulheres" quem vai governar o país até 2014.
Ela ironizou a queda de José Serra (PSDB) nas pesquisas e se apresentou como única alternativa a Dilma Rousseff (PT), embora esteja 21 pontos atrás do tucano, segundo o Datafolha.
"Parece que o povo brasileiro quer uma mulher na Presidência. Então vamos equilibrar o jogo entre as mulheres e levar as duas ao segundo turno", pediu, em Florianópolis. "Não precisamos desistir deste sonho."
A senadora disse ver candidatos "desesperados" e atacou o preço dos pedágios em São Paulo, repetindo estratégia do PT contra a gestão de Serra no Estado.
A estratégia do PV é tentar crescer em cima do tucano.
Ela defendeu que as pessoas escolham os candidatos "por si mesmas", numa crítica à força do presidente Lula na campanha de Dilma. "Podemos ter bons padrinhos, mas quem vai governar é quem for eleito", disse.
Na quinta-feira, em reunião com aliados em Curitiba, Marina disse que o eleitor deve "pensar duas vezes antes de entregar o futuro do Brasil para quem não conhecemos direito".
"Com todo respeito à ministra Dilma, nós não a conhecemos neste lugar de eleita. Conhecemos como ministra e até respeitamos seu trabalho, mas daí a ser presidente?", questionou, na capital paranaense.
Ontem, ela disse que o segundo turno é "uma questão de defesa da democracia": "Temos 40 dias para reconsiderar o que estamos fazendo com o Brasil nesta eleição. Não temos o direito de não pensar duas vezes".
A presidenciável pediu votos ao lado do candidato do PV ao governo catarinense, Rogério Novaes, barrado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
Ele teve contas rejeitadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) quando presidia o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, em 2003, e recorre ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para voltar à disputa. Marina discursou contra os "fichas-sujas" e disse aguardar o julgamento para saber se o aliado sofreu "injustiça".
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