segunda-feira, 19 de julho de 2010

Festival de Inverno causa preocupação. 8 milhões foram pouco?



Caros amigos leitores, passado o primeiro final de semana do 20º Festival de Inverno de Garanhuns, temos a triste impressão de que realmente algo de muito errado silenciosamente está acontecendo. A falta de estrutura(Programação)nos polos alternativos: Pau Pombo e Euclides dourado foi um desastre irresponsável anunciado e executado pelos organizadores do FIG. A luz Amarela acendeu forte. Qual teria sido o real motivo para tamanha irresponsabilidade? falta de recursos? falta de atrações? espaço? creio eu, modestamente que não. Não é concebível que o maior evento multicultural do nordeste e um dos maiores do Brasil ao alcançar sua maioridade seja vitima de tamanha meninada por parte de seus (des)Organizadores.

Blog da Transparencia



A baixo o texto muito bem articulado postado no blog do jamildo, escrito pela Deputada Estadual Terezinha Nunes





Criado há 20 anos por iniciativa do prefeito Ivo Amaral, o Festival de Inverno de Garanhuns é um sucesso de público e leva milhares de turistas àquele município, um dos mais agradáveis do interior pernambucano, de clima ameno e povo acolhedor.

Mas, em meio a festa de 20 anos, há algo de preocupante em relação ao FIG que, por projeto de nossa autoria, é agora reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, ganhando com isso o realce que sempre mereceu ter como pioneiro na interiorização das promoções culturais em nosso estado.

Antes o festival era concentrado muito em torno da Praça Guadalajara, onde são realizados grandes shows, que atraem público expressivo mas não deixam muita coisa depois de realizados pois se trata apenas de apresentação de artistas, sem nenhuma preocupação com a formação cultural. Por isso, na gestão do então governador Jarbas Vasconcelos, se partiu para a descentralização dos eventos e foram incluídas programações especiais para o Parque Euclides Dourado e o Pau Pombo, além de ampliados os dias das oficinas culturais onde se apresentam artistas pernambucanos, em sua maioria, e onde há formação de jovens atores e o despertar de todos para as -diversas expressões da rica cultura pernambucana.

O FIG ganhou com isso uma nova dimensão. Toda a cidade passou a respirar cultura dia e noite durante os 10 dias do evento.

Este ano, embora o Governo do Estado tenha anunciado antecipadamente que estava investindo no festival mais de R$ 8 milhões - no governo anterior o investimento chegou no máximo aos R$ 3 milhões - não foi feita qualquer programação para o Pau Pombo e o Euclides Dourado na primeira semana do festival, o que acendeu a luz vermelha no sentido de que o FIG pudesse voltar a se concentrar na Praça Guadalajara, como era antigamente.

Não houve jeito de mudar a postura adotada. Por isso produtoras locais unidas ao município acabaram fazendo uma programação paralela mas pequena para os dois locais, de forma que houvesse também movimentação durante o dia no sábado e no domingo.

Além deste descaso do Governo estadual com os dois palcos alternativos, se anunciou que seria investido apenas R$ 56 mil na contratação de atrações locais para os dez dias do festival quando milhões foram destinados aos artistas de fora. Isso acabou criando um grande mal-estar entre os artistas do município já que a Prefeitura, que é quem os contrata, acabou reduzindo os valores dos cachês em relação a 2009.
Um dos mais respeitados jornalistas de Garanhuns, Roberto Almeida, expressou bem no seu blog o descontentamento com a postura em geral no que se refere ao FIG registrando o seguinte desabafo: " do jeito que está continua como um circo: É o Festival de Inverno em Garanhuns (e não de Garanhuns) que, após terminar, deixa muito menos dinheiro do que deveria."

Realmente, se há algo que precisa ser dito a respeito do Festival de Garanhuns é que ele precisa ser cada vez melhor e mais abrangente. Se agora o Governo tem muito mais recursos para alocar no evento por conta da maior arrecadação de ICMS, não se justifica que, ao invés de aumentar o festival se reduza seu tamanho como aconteceu este ano.
Por Terezinha Nunes

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