sábado, 5 de junho de 2010

Empresárias presas


Lojistas :: Três irmãs que têm lojas em shoppings foram encaminhadas ao presídio feminino, no Engenho do Meio, ontem à tarde
Ana Cláudia Dolores
anadolores.pe@dabr.com.br


Três empresárias suspeitas de envolvimento no esquema de clonagem de cartões de banco e de abertura de empresas com documentação fraudulenta foram presas ontem pela Polícia Civil de Pernambuco.Ana Nélia de Medeiros Cabral de Souza, 50 anos, Rita de Cássia Medeiros de Souza, 43, e Michelle Medeiros, 38, são irmãs. A quadrilha instalava "chupa-cabras", equipamento que captura dados dos cartões dos clientes, nos terminais de autoatendimento da agência Bradesco, de Casa Forte, Zona Norte da capital. Além disso, tinha sociedade com, no mínimo, três lojas do ramo de artigos em couro abertas em nomes de "laranjas"num centro de compras de Boa Viagem, Zona Sul, e outro de Olinda.

A prisão ocorreu por volta das 6h, mediante cumprimento de mandado de prisão preventiva. Rita e Michele estavam em apartamentos luxuosos no bairro das Graças, no Recife. Já Ana Nélia, em outro, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. Segundo a titular da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto (DPRR), Patrícia Soledade, as irmãs mantinham um alto padrão de vida e nenhuma delas resistiu à prisão.As três foram encaminhadas à Colônia Penal Feminina, no Engenho do Meio, ontem à tarde, e deverão ser indiciadas, ao final do inquérito, pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato e formação de quadrilha. Além do material utilizado para a prática fraudulenta no banco e de documentos contendo razões sociais falsas de diversas empresas, a polícia apreendeu um veículo Polo, de placa KMC 2793, um Corolla, KHL 7844, e duas caminhonetes Hilux de placas KFG 1824 e KGP 8870, todos em poder das irmãs e financiados por meio de papéis também falsos.


Michele, Ana e Rita foram detidas ontem em seus apartamentos Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press/Reprodução


Foi na residência de Rita que os agentes localizaram a maior parte do material que vai ajudar na investigação do crime praticado contra os clientes na agência do Bradesco. Aparelhos "chupa-cabra", cartões de débito e de crédito clonados, uma CPU e diversos pen-drives, além de R$ 1 mil em espécie, estavam em diversas bolsas espalhadas pelo apartamento. "Já sabemos que esses pen-drives são o raio-x dos crimes delas. Neles estão registrados os dias e os horários das transações bancárias. Assim podemos saber quantos clientes foram lesados", disse Soledade. A polícia ainda investiga a participação de mais duas pessoas no esquema, que agiam na instalação dos equipamentos nos caixas eletrônicos. Uma delas seria um namorado de Rita. O número de pessoas prejudicadas ainda não foi quantificado. A direção do banco será acionada para identificar as vítimas.

Golpe - A polícia investiga a ação da quadrilha desde o dia 10 de fevereiro. Por finais de semana consecutivos, dois homens foram vistos entrando na agência de Casa Forte logo no início da manhã. A movimentação suspeita gerou uma denúncia anônima à polícia. Apurando os fatos, foi identificado que a Hilux branca utilizada pela dupla estava no nome de Rita Medeiros. "Foi quando verificamos que os dados do veículo não batiam com os dela. Aí descobrimos outros esquemas fraudulentos", afirmou o titular do inquérito, Roberval Sales. Segundo a polícia, o golpe já vinha sendo praticado há, pelo menos, dez anos.

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