sexta-feira, 4 de junho de 2010

POLÊMICA DA CULTURA


“Setor cultural precisa de regras”, diz prefeito
Publicado em 04.06.2010
JC-Politica

João da Costa admite que decreto regulamentando a contratação de eventos pela PCR foi motivado pelo “caso Fundarpe”. Hoje, artistas e produtores realizam ato em apoio à gestão de Luciana Azevedo

Em meio às denúncias em torno da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o prefeito do Recife, João da Costa (PT), reconheceu ontem que a decisão de regulamentar o setor cultural na Prefeitura do Recife foi tomada após as denúncias envolvendo o governo estadual. “A partir de tudo que aconteceu na Secretaria de Turismo, na Fundarpe, a gente percebe, sem entrar no mérito do que aconteceu, que esse setor precisa de uma profissionalização, de regras”, registrou. A administração municipal publicou na última segunda-feira um decreto estabelecendo parâmetros para a contratação de artistas.
A declaração foi proferida durante visita de João da Costa ao mercado da Encruzilhada, onde o prefeito tomou café da manhã, ontem, ao lado de parte do secretariado. “Eu pedi à presidente da Fundação (de Cultura, Luciana Félix) que procurasse refletir e pesquisar onde já se tinha avançado sobre isso. Pensamos em situações que já aconteceram conosco, e aí decidimos publicar o decreto para que não aconteça na Prefeitura”, afirmou. O gestor também acrescentou que não acredita que os fatos em torno do ex-secretário estadual de Turismo Sílvio Costa Filho e da atual presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, tenham acontecido por “má-fé”.

Os dois episódios que questionam a regularidade do setor cultural do governo Eduardo Campos (PSB) envolvem situações semelhantes. No caso da Secretaria de Turismo, dois convênios entre o Ministério do Turismo e o governo do Estado – num valor total de R$ 6,9 milhões – financiaram eventos fantasmas no interior do Estado. A verba saiu dos cofres públicos e o seu destino final é desconhecido. O Ministério Público Federal apura desde dezembro passado a operação. Afirmando desejar o “esclarecimento da situação”, o ex-secretário pediu demissão. Na Fundarpe, a oposição denunciou gastos exorbitantes com supostas empresas produtoras de eventos. As “contratações” não passaram por licitação e o governo não divulga a lista de artistas supostamente beneficiados.

APOIO A LUCIANA

Enquanto as dúvidas em relação ao setor de cultura do governo estadual persistem, um grupo de artistas e produtores ligados ao cenário cultural pernambucano reúne-se hoje no Cine São Luiz, às 10h, para realizar um ato de apoio à gestão de Luciana Azevedo frente à Fundarpe. Após a leitura de um manifesto, os artistas e produtores realizam passeata em direção à Assembleia Legislativa, onde entregam aos deputados estaduais um documento de apoio à administração de Luciana frente ao órgão.

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