quinta-feira, 22 de abril de 2010

Enquanto espera por Jarbas, oposição definha em PE


O governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) submete as legendas de oposição a um inusitado processo de lipoaspiração política.
Candidato à reeleição, Campos já cooptou pelo menos 15 prefeitos filiados às legendas oposicionistas –PSDB, DEM, PPS e PMDB.
O governador maneja duas ferramentas que lhe tonificam o poder de sedução: obras e verbas.
Avança inclusive sobre municípios geridos por prefeitos que seguem a liderança de Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de José Serra.
Campos evolui no vácuo. Franco favorito nas pesquisas, aproveita-se do vazio provocado pela ausência de um palanque oposicionista no Estado.
Única alternativa da oposição, Jarbas Vasconcelos (PMDB), é pressionado a assumir o leme em Pernambuco. Porém...
Porém, dono de um mandato de senador que só expira em 2014, Jarbas hesita em assumir a candidatura ao governo de Pernambuco.
Condiciona a entrada na briga à lógica do projeto nacional de Serra. Marcou para o final do mês o anúncio de sua decisão.
Nas últimas semanas, abriu-se um fosso entre os discursos de Jarbas Vasconcelos e de José Serra.
O senador pemedebê é um dos mais serveros críticos de Lula. O presidenciável tucano foge do confronto aberto com o presidente superpolular.
Jarbas já governou Pernambuco duas vezes. Não há na oposição pernambucana nome que lhe faça sombra.
Ainda assim, o senador é visto mesmo entre os aliados como um azarão. O pernambucano Lula dispõe no Estado de índices de popularidade superiores a 90%.
Aliado de Lula, Eduardo Campos serve-se das verbas recebidas de Brasília para conduzir uma administração obreira.
Se fosse à disputa com a tropa unida, Jarbas já seria considerado um candidato à derrota. Com as deserções, desce ao front com a aparência de suicida.
Vem daí a obsessão de Jarbas de amarrar sua decisão às conveniências do projeto de Serra. Só vai ao sacrifício se enxergar lógica na empreitada.

Escrito por Josias de Souza às 22h41

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