segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eleições 2010-PE:Encontro do PT foi só constrangimento


Tentativa de demonstrar unidade para a disputa eleitoral ficou só nos discursos. No evento de ontem, diversos episódios deixaram claro o clima de distanciamento entre os três principais líderes petistas
Jorge Cavalcanti
jorge.cavalcanti@jc.com.br

O PT até que tentou fazer um encontro estadual com os 250 delegados do partido para animar a militância, pregando o discurso da unidade interna. Mas os três maiores líderes da legenda – o ex-secretário Humberto Costa, o prefeito do Recife, João da Costa, e o ex-prefeito João Paulo – não conseguiram, ou não quiseram, esconder a tensão constante que permeia a relação entre as tendências, hoje elevada a um nível acentuado. Na tentativa de evitar confrontos, o grupo de Humberto ainda tentou costurar um acordo de paz prévio, mas encontrou resistência na ala de João Paulo. “Depois de tanto tempo no contencioso, isso não se faz da noite para o dia”, admitiu o ex-secretário, em entrevista coletiva depois do encontro.

A unidade foi consenso apenas nos discursos. Para empolgar os presentes, João da Costa destacou a necessidade de cessar a disputa interna para dar força à sigla. “O PT de Pernambuco tem condições de ser um ator político importante e até de ser alternativa de poder, mas precisa sair fortalecido”, disparou, arrancando aplausos. O prefeito ainda fez uma referência ao “conhecimento acumulado ao longo dos oito anos do companheiro João Paulo” na prefeitura.

Em outro momento voltado para a plateia, João Paulo quis ser otimista sobre o desempenho dos pré-candidatos da sigla à Assembleia Legislativa. “Quatorze cabem dentro de 49 (total de cadeiras) sem problema nenhum”, disse, também seguido de palmas.

Apesar dos momentos de entusiasmo, foram várias as cenas constrangedoras. Ao chegar ao hotel onde o encontro foi realizado, no Bairro de Boa Viagem, João da Costa cumprimentou todos os que estavam sentados à mesa com um tapinha nas costas, menos João Paulo. O ex-prefeito, por sua vez, não respondeu à convocação de solidariedade à pré-candidatura de Humberto ao Senado. Quando o presidente em exercício do PT, o vereador do Recife Luiz Eustáquio, pediu para todos levantarem a credencial vermelha, numa demonstração de apoio, João Paulo – preterido para o Senado – não elevou o braço. Viu-se obrigado a ficar de pé só depois que os outros 14 petistas sentados à mesa o fizeram.

Na entrevista, João Paulo e João da Costa foram indagados sobre como anda a relação entre os dois. Visivelmente incomodado, o primeiro apenas balançou a cabeça, num gesto negativo (veja vídeo no Blog de Jamildo). O prefeito não escondeu o incômodo com a pergunta, mas arriscou uma resposta. “Isso é um processo que não é a questão central (do encontro). Mas tudo a gente pode resolver na política. As questões pessoais têm que ter um tempo para serem resolvidas”, disse.

Coube a Humberto a tarefa de tentar contornar os conflitos. “O que está havendo é um esforço coletivo para se encontrar a melhor maneira possível para entrar numa campanha. Houve críticas de parte a parte. Mas trabalhamos com antecedência possíveis divergências”, disse, confirmando a tentativa de acerto prévio.

Ele reafirmou que a tendência do PT é de integrar o chapão dos partidos que estão com o governador Eduardo Campos (PSB). Com 14 nomes para deputado estadual e outros sete para federal, a sigla deseja ao menos manter o espaço atual: cinco cadeiras na Assembleia e quatro na Câmara.

Um comentário:

  1. COSTUMO DIZER QUE, O PT QUE ANTES SE AUTODENOMINAVA PALADINO DA ÉTICA E DA MORALIDADE, HOJE, ESSE PARTIDO DE TRAÍRAS TORNOU-SE NUM AGLOMERADO DE CÍNICOS. INCLUSIVE, PENSA COMO BANDIDO E AGE COMO BANDIDO. AGORA, ESSES IMUNDOS DO PT, FICAM ARRETADOS QUANDO SÃO CHAMADOS DE BANDIDOS!!!

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